A 13ª edição da Campinas Decor, que acontece de 1º de maio a 15 de junho, vai além de mostrar as principais tendências e novidades do setor. A organização e os expositores foram responsáveis pelo restauro da fachada e recuperação do prédio principal da Estação Guanabara, importante patrimônio histórico da cidade construído entre os anos de 1883 e 1915, que se encontrava em avançado estado de deterioração. Esta é a primeira vez que a mostra acontece em um imóvel tombado pelo patrimônio histórico.
“Assumimos o desafio de recuperar a beleza da estação e agora temos o prazer de entregar para Campinas este prédio totalmente recuperado”, comemoram as organizadoras da mostra Stella Tozo e Sueli Cardoso.
Foram cerca de cinco meses de obras, iniciadas em dezembro de 2007. Antes do trabalho de ambientação propriamente dito, a organização do evento recuperou e cobriu a gare metálica existente no local, instalou calhas, caixilhos, janelas e portas, ergueu paredes e realizou as instalações elétricas e hidráulicas. Também foi realizado um minucioso trabalho de proteção dos registros históricos existentes nas paredes da Estação Guanabara.
Em uma segunda etapa, iniciada em fevereiro de 2008, os arquitetos, designers de interiores e paisagistas, com suas equipes, puderam iniciar o trabalho de pintura, instalação de pisos e revestimentos e ambientação dos espaços que compõem a mostra.
Todo o trabalho foi acompanhado de perto por uma comissão composta por representantes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), comodatária do prédio, do Condepac e da Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC), ligada à Secretaria Municipal de Cultura.
“Foi um trabalho muito mais amplo do que o que costumamos realizar e que envolveu investimentos mais altos por parte da organização”, explica Stella Tozo. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 4 milhões no evento, divididos entre a organização, expositores, patrocinadores e fornecedores. O volume é 33% maior que o da mostra de 2007, quando foram investidos R$ 3 milhões.
O evento conta com uma área total de 2.700 metros quadrados, divididos em 54 ambientes internos e externos, executados por 83 expositores. A expectativa é receber um público de 25 mil visitantes, cerca de 5% maior do que o registrado em 2007.
“Acreditamos que a população de Campinas ficará orgulhosa e feliz de poder visitar a Estação totalmente recuperada e viajar um pouco na história brasileira, relembrando os tempos áureos do transporte ferroviário”, afirma a organizadora Sueli Cardoso.
Embora seja a primeira vez que a Campinas Decor é realizada em um imóvel tombado pelo patrimônio histórico, é o segundo ano em que o evento tem a oportunidade de recuperar um prédio público.
Em 2003, esse resgate aconteceu no casarão do Lago do Café, pertencente à Prefeitura Municipal de Campinas. No final da mostra, o casarão foi entregue com seus espaços recuperados, incluindo as partes elétrica e hidráulica e a cobertura de telhados, que foram totalmente refeitas.
Criada em 1996, a Campinas Decor consolidou-se como a principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior do Estado. Ao longo dos anos, tornou-se uma grande vitrine do trabalho realizado pelos expositores, além de uma oportunidade única para fornecedores e patrocinadores divulgarem sua marca e seus últimos lançamentos.
A realização da mostra na Estação Guanabara foi possível devido a um convênio assinado no dia 3 de novembro com a Unicamp.
Edição 2008 traz ambientes diferenciados
Em virtude das características do imóvel onde será realizada a mostra, a Campinas Decor 2008 traz uma série de ambientes diferenciados e não conta com a história de uma família fictícia para nortear o trabalho dos expositores, como tradicionalmente ocorre no evento.
Alguns espaços remetem ao cenário de uma estação ferroviária, enquanto outros foram pensados visando a futura utilização, quando o prédio será usado pela Unicamp para a realização de cursos e oficinas do Centro Cultural de Inclusão e Integração Social Estação Guanabara.
A plataforma na qual chegavam e partiam os trens, por exemplo, foi dividida em Plataforma das Boas Vindas, Plataforma da Degustação, Plataforma das Festas, Lounge da Contemplação e Plataforma do Bem Estar. Foi criado também um ambiente voltado à memória da estação, batizado de Memorial da Estação Guanabara.
Apesar dos diferenciais, atendendo às características de uma mostra de decoração, os arquitetos, decoradores e paisagistas também ficaram responsáveis pelo desenvolvimento de ambientes residenciais, como quartos, salas e banheiros (veja lista completa dos espaços).
Novos talentos
Mantendo a tradição das últimas edições, neste ano a organização da Campinas Decor reservou três espaços para novos talentos: profissionais que estão há pouco tempo no mercado, mas têm grande potencial criador. O projeto Novos Talentos da Campinas Decor é destinado àqueles que se formaram há no máximo dois anos.
Na edição 2008, os ambientes destinados ao projeto são a Plataforma da Degustação, a cargo da designer de interiores Rita de Cássia Marinello Bisco, o Multiuso dos Irmãos, ambientado pelas designer de interiores Maria Helena de Paula Souza Lima e Edilene Smaniotto Boralli, e a Perfumaria, cujo projeto foi assinado pela arquiteta Marília Rondinelli .
Estação Guanabara é símbolo
da época áurea do café
A inauguração da Estação Guanabara, em março de 1893, é considerada um marco na história da cidade de Campinas. O país, vivendo o apogeu do ciclo cafeeiro, se reestruturava institucionalmente, frente à Abolição da Escravatura e à Proclamação da República.
Enquanto esteve em operação, a estação atendeu inúmeras linhas ferroviárias da região de Campinas, como a Sorocabana, a Funilense (trecho de Pádua Salles) e a de Mairinque.
Além de transportar mercadorias, especialmente o café, a estação representou também um importante ponto de embarque e desembarque de passageiros. &nbs p;
O atual conjunto arquitetônico da Estação Guanabara, que está sob a responsabilidade da Unicamp, compreende os prédios do Armazém do Café, da administração e a gare metálica.
A Unicamp tem a posse da Estação Guanabara desde 1990, com o direito de uso concedido por 30 anos.
O Armazém do Café já foi restaurado e abriga atualmente o Centro Cultural de Inclusão e Integração Social.
O centro mescla eventos culturais com oficinas e cursos de capacitação voltados à área cultural e de inclusão digital. Com a recuperação do prédio da administração e da gare metálica pela Campinas Decor, o imóvel será devolvido à Unicamp, que ampliará o projeto de cunho social.
Entre as atividades previstas na Estação Guanabara após a recuperação do prédio, destacam-se ações culturais, profissionalizantes e educacionais para a população, oficinas de artes em suas diferentes modalidades, esportes e habilidades manuais e espaço para eventos e prestação de serviços de interesse público.
Serviço:
Campinas Decor 2008
Data: de 1º de maio a 15 de junho
Local: Estação Guanabara (Rua Mario Siqueira, 829, Jardim Guanabara)
Número de Ambientes: 54
Número de Expositores: 83
Área total: 2.700 m²
Horário: terça e quarta, das 14h às 20h; bilheteria fecha às 19h
&nbs p; quinta e sexta, das 14h às 22h; bilheteria fecha às 21h
&nbs p; sábado, domingo e feriados: das 12h30 às 22h; bilheteria fecha às 21h
Ingresso: R$ 22,00 (inteira) e R$ 16,00 (estudantes e idosos).
&nbs p; Crianças até 12 anos não pagam
Transporte: aos sábados e domingos haverá serviço de traslado gratuito do Shopping Center Iguatemi Campinas para a Campinas Decor. O Iguatemi Campinas está localizado na Av Iguatemi, 777, Vila Brandina.
Serviços disponíveis: sala de brincar com monitores para crianças, restaurante, bar e café e estacionamento com manobrista.
