Com saída de SP em maio, dupla vai até o Amazonas de carro para descer uma centenária
rota fluvial pelo Rio Madeira; trajeto por 9 estados será acompanhado por blog e twitter
Athaides e Marcos
O empresário do setor de reciclagem Athaides Maeda, 59, e o analista de Sistemas de telecom Marcos Bonas, 32, vão enfrentar nove mil quilômetros de estradas e rotas fluviais para concretizar o sonho de descer o Rio Madeira e parte do Amazonas, a partir de Porto Velho, nos tradicionais barcos da região. A aventura, que a dupla vem chamando de Expedição Madeira/Rumo ao Norte, tem início na capital paulista dia 2 de maio e se estende em uma corrida contra o tempo atravessando os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais. A viagem, que ganhou site na internet (www.expedicaomadeira.com.br), será relatada pelos exploradores através de boletins diários transmitidos com textos, fotos e vídeos enviados por celular para um blog e uma página no Twitter, e deve ainda render um livro com fotografias, histórias e impressões recolhidas pela dupla ao longo do trajeto.
“Descer o Madeira é um sonho que venho adiando desde 1968, quando o movimento hippie estava no auge e andei pelo país como mochileiro”, diz Maeda, que hoje tem uma empresa de reciclagem em Lins, a 400 quilômetros de São Paulo. “Já andei muito pelo interior do País mas não ultrapassei o paralelo 14. Quando contei a ideia ao Marcos, no reveillon de 2008, em minutos estávamos com tudo combinado.”
O que nenhum dos dois supunha é que a organização desse tanto trabalho – e custos. Na expedição, eles vão com uma camionete Fiat Strada nova e recursos high tech como um notebook turbinado, celular 3G de última geração, câmeras e gravadores digitais, além de peças de reposição do carro e ferramentas.
“A conta vem crescendo mas, por outro lado, surgiram a partir do site empresas interessadas em patrocinar a expedição e o livro”, conta Bonas. “Esse é o tipo de coisa que não esperávamos. A intenção era viajar, ver o Brasil real que nem em sonho conhecemos morando no Sudeste e encontrar pessoas legais para tomar uma cerveja e bater papo. É claro que vamos fazer isso tudo, mas tivemos de profissionalizar a preparação para não correr o risco de parar no meio do caminho.”
Para a dupla, o momento é o certo para registrar e até certo ponto resgatar histórias e cenários de um País que está em mudança e, cedo, vai se perder. “Conheço muita gente que imagina fazer a mítica rota 66 nos Estados Unidos, mas esquece que o Brasil real é ainda mais rico em cenários humanos, sons, sabores e roteiros que o velho circuito do blues norte-americano. A gente quer registrar esse espaço da brasilidade antes que a cultura globalizada chegue lá – onde ela está se instalando nesse exato momento.”
No momento, com apoio de agências de captação de patrocínios, os dois exploradores estão finalizando o mapeamento da viagem e se vendo às voltas com reuniões com empresas interessadas em participar da aventura. Mas o que querem, mesmo, é que o tempo passe rápido e chegue logo o início de maio.




