Ministro dos Esportes e Presidente Lula criam novas medidas para aumentar segurança nos estádios
Novas mudanças para torcedores de futebol foram anunciadas em março. A partir de junho deste ano, o torcedor deverá fazer um cadastro para comprar ingressos das partidas e para entrar nos estádios. Haverá também mudanças no estatuto do torcedor, que vai tornar crimes alguns atos. O Presidente também está querendo aprovar um projeto que tornará as Casas Lotéricas pontos de venda de ingressos.
A medida, que cria o cadastro do torcedor, foi anunciada no dia 12 de março pelos ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Justiça, Tarso Genro.
O objetivo das mudanças é evitar os atos de violência que vinham acontecendo durante as partidas de futebol.
Cadastramento
A expectativa é que entre junho e dezembro todos os torcedores já estejam cadastrados para o campeonato brasileiro de 2010. O projeto deve criar o cartão de identificação do torcedor, instrumento usado para a compra de ingressos e acesso aos estádios.
O clube gaúcho Sport Club Internacional é o pioneiro no sistema de cadastro de torcedores. São aproximadamente 85 mil inscritos entre associados e torcedores.
E os resultados já aparecem, em dezembro de 2008 o time enfrentou em casa o Estudiantes, da Argentina, pela Copa Sul-Americana. Para um público significativo de 52 mil torcedores, todos cadastrados, foram registrados apenas três incidentes leves.
Estatuto do torcedor
O Estatuto do torcedor também foi modificado para criminalizar práticas como promover tumultos e entrar nos estádios com objetos que possam ser usados para incentivar ou praticar violência, manipulação de resultados de jogos e a venda de ingressos acima do preço por cambistas.
Se um torcedor praticar atos de violência poderá pegar de um a dois anos de reclusão e multa. Se o réu for primário, as penas de prisão serão convertidas em banimentos dos estádios de três meses a três anos.
Venda de ingressos em casas Lotéricas
Outra medida sugerida pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que os ingressos para os jogos sejam vendidos também em casas Lotéricas. Com isso, pretende-se diminuir as filas na porta dos estádios e evitar confrontos entre torcedores.
Por outro lado, os donos de casas Lotéricas temem que as brigas acabem ocorrendo em seus estabelecimentos. “Não podemos aceitar a transferência da violência das torcidas para as casas lotéricas”, afirmou Peralta. “Já prestamos serviços bancários sem ser banco. Assumir o ônus da venda de ingressos e da violência das torcidas inviabilizaria definitivamente nosso negócio, traria insegurança para nossos clientes”, diz Luiz Carlos Peralta presidente do Sindicato dos Lotéricos do Estado de São Paulo.
Juliana Furtado