É natural que a intranqüilidade psicológica sofra resistência interior ao tentar penetrar em nosso intimo. Mas o que se vê que o desajuste encontre uma avenida pavimentada para fluir naturalmente em nosso mundo. Para muitos o sofrimento é o habitat natural de muitos habitantes de abismos existenciais.
Fazendo da dor morada cativa o ser humano aprofunda seu precipício vivencial, perdendo o calor dos raios solares e a claridade de um mundo novo. Vitima de seu arcabouço existencial constroem com argamassa de primeira qualidade uma fortaleza indestrutiva que impede a felicidade de quebrar a resistência e expulsar definitivamente o sofrimento colocado num santuário intocável.
Os amantes das desgraças costumam com um só sofrimento enterrar as belezas existenciais. Constroem um circulo sem saídas de alternativas positivas para um momento de dor. Outros preferem acumular coletâneas de sofrimentos, construindo ao seu redor barreiras impenetráveis de polidez existencial.
Não somos inocentes de achar que a vida é unicamente uma perola reluzente, capaz de impedir definitivamente momentos cruciais de dores.
O que criticamos é o desenfadamento pela vida vinda dos tormentos existenciais. Cair no abismo é natural, mas permanecer nele é decretar existência falida de índole sugestionativa de bem viver.
Ser polido com a rusticidade da vida é acender uma vela na vastidão da escuridão. Compreender que o massacre vivencial nunca deve ser fatal. Não é o poder das armas que nos mata são as vulnerabilidades encontradas pela balas ao penetrar em nosso intimo que nos destroem. As dores devem ser sempre momentâneas e a felicidade perene, pois está sendo definitiva sempre criará rusticidade para desgraça que destina alojar em nossa alma. A dor não pode encontrar conforto em nosso universo e fixar definitivamente como se fosse um passarinho em seu ninho. Reagir e compreender que a sutileza existencial são instrumentos protetores de agitação vivencial.
Sair de nossos abismos de NASA é a solução ideal. Fixar nossa morada nas bases do tormento é construir aberturas para águas das tempestades penetrem e alargar nosso universo, fazendo deságua, perfurando cada vez mais a profundeza do abismo.
É na escuridão que experimentamos nossa visão. Enxergar além abismo é o ponto fundamental para galgamos com sucesso horizontes ainda longos. Somente focando no limite do horizonte que daremos sustentabilidade aos nossos passos.
JUAREZ ALVARENGA