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domingo, novembro 10, 2024

Demora em adotar estratégia de recuperação pode levar empresa à falência

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O IBGE divulgou um levantamento apontando que o comércio é o setor em que as empresas mais sofrem falência no Brasil. Das 100 mil companhias que abrem por ano, 58 mil fecha as portas antes de completar três anos, sendo que 47,8% das falências estão no comércio. Um dos motivos apontados pelo IBGE é a peculiaridade do setor: o comércio requer menos investimentos e menos qualificação profissional, além de ser o setor preferido pelos novos empreendedores.
Segundo Fábio Bartolozzi Astrauskas, a maioria das empresas, em especial as pequenas e médias, acaba entrando em falência porque demora a adotar uma estratégia de recuperação quando enfrenta uma crise.
“O colapso financeiro de uma empresa geralmente é precedido por sinais de carência em estágios progressivos de dificuldades. Esses estágios evoluem a partir de um conjunto de sinais de carência gerencial e operacional que são refletidos no desempenho financeiro da empresa. Quanto antes eles forem identificados, menos recursos a empresa consumirá e mais chances ela terá de se recuperar”, afirma Astrauskas.
É comum encontrarmos no comércio empresas com gestão tipicamente familiar cujos empresários delegam mal as funções e têm pouco conhecimento de marketing e finanças. De acordo com Astrauskas, esses são alguns dos principais sinais de carência gerencial de uma empresa.
A má administração de uma empresa reflete também no seu desempenho financeiro. Atrasos nos pagamentos, pagamentos em cartório, perda de capital de giro, endividamento bancário crescente, mudança no perfil de endividamento de longo para curto prazo, envio de informações filtradas para os bancos e, conseqüentemente, perda de linhas de crédito, são algumas das situações mais comuns.
O empresário deve ter em mente, ainda, que a falta de conhecimento e experiência em administrar uma empresa em crise pode dificultar o processo de recuperação. “Administrar a empresa sob condições normais requer um certo elenco de conhecimentos, habilidades e atitudes. Reorganizar uma empresa em crise financeira requer outro completamente diferente. A recuperação da empresa pode fracassar se houver inabilidade dos executivos em compreender esse fato”, afirma Astrauskas.

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