As novas fronteiras do desenvolvimento sustentável é em homenagem “Pai do Biodiesel”, o grande brasileiro Expedito Parente, que faleceu terça-feira aos 71 anos. Engenheiro químico cearense, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará, Parente desenvolveu o método de produção de biodiesel que viria a submeter ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em 1980, tendo sido garantida, em 1983, a primeira patente no mundo para um processo de produção em escala industrial de biodiesel.
O biodiesel, combustível produzido a partir de óleos vegetais ou com gorduras animais, é reconhecidamente uma destacada fonte de energia sustentável, tão importante que rompe com o paradigma da dependência do petróleo. Expedito Parente, que o desenvolveu, deixa seu nome na história brasileira e mundial do desenvolvimento sustentável.
O Brasil, por sinal, tem dado exemplos de sustentabilidade, conceito que começou a ser estruturado em 1972 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada na Suécia, e foi consolidado na ECO-92, no Rio de Janeiro, ao associar os termos meio ambiente e desenvolvimento.
Em linguagem simples e sintética, o desenvolvimento sustentável acontece quando usamos nossos recursos de hoje, sem comprometer nossas necessidades de amanhã, do futuro de nossas gerações.
A conferência “As novas fronteiras do desenvolvimento sustentável”, realizada pelo Fórum das Américas, destaca a importância de Campinas e região, onde estão bons exemplos de produção, seja em tecnologia, seja em agronegócio, com destaque para a cana de açúcar.
Escrevi em um artigo que, na Grécia antiga, a sabedoria já apontava para a convergência do mundo da produção com o da utilização inteligente dos recursos naturais. É forte o elo entre as palavras economia ou a administração da “casa”, e ecologia ou o estudo da “casa”. Enfim, como gerir e conhecer esta casa comum que é o nosso planeta.
São quase sinônimos, e, ainda assim, chega a impressionar como estiveram distanciadas como conceito e prática ao longo de tantos e tantos séculos.
Hoje, economia e ecologia se fundem, passam a integrar uma nova visão de mundo; uma renovada abordagem da atividade de produzir, compreender e utilizar os recursos naturais. Só pode haver desenvolvimento se este for econômica e – sobretudo – ambientalmente sustentável.
A sociedade precisa ter consciência de que o maior aliado do desenvolvimento sustentável é a própria formação de mentalidade da cidadania global sobre este assunto.
É impossível a uma empresa, seja em sua localidade imediata ou nos mercados mundiais, não ter a dimensão ambiental dentre suas práticas produtivas e de seu planejamento de marketing.
Uma nova geração de empresários e de negócios está emergindo no Brasil para congregar projetos ambiental e economicamente sustentáveis. É uma nova classe empresarial que trabalha por um Brasil mais limpo, rico e justo.
A realização da conferência em Campinas tornar a cidade o centro de referências no Brasil em práticas de uma sociedade sustentável.
Por Fernando Garnero