parelho do presidente da Alerj revela orientações a TH Jóias antes da operação
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), recusou-se a fornecer a senha de seu celular aos agentes da Polícia Federal durante a Operação Zargun. Mesmo assim, peritos conseguiram acessar o conteúdo do aparelho, que teria reforçado a suspeita de que o parlamentar avisou e orientou o deputado TH Jóias na véspera da operação que resultou na prisão do colega. A informação foi revelada pelo jornalista Octavio Guedes.
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A PF confrontou Bacellar com mensagens e um vídeo enviado por TH Jóias exibindo carnes retiradas de um freezer, indício de que o deputado estaria esvaziando a residência antes da ação. Questionado sobre o motivo de não ter acionado autoridades após ser avisado, o presidente da Alerj afirmou: “Não tô aqui pra entregar colega. Não tô aqui para proteger colega também que faz nada errado.”
Segundo investigadores, o celular de Bacellar trouxe elementos que indicariam não apenas omissão, mas possível orientação para que TH Jóias eliminasse provas. No depoimento, o parlamentar alegou que apenas estranhou a chamada e respondeu: “Você tá doido?”, sem procurar Polícia Civil ou Ministério Público.

Prisão por obstrução de investigação
Rodrigo Bacellar foi preso sob acusação de obstruir as apurações da Operação Zargun. O relatório da PF sustenta que ele teria informado o colega sobre a iminente ação e sugerido que apagasse dados do celular. A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, já que o processo tramita no Supremo Tribunal Federal.
Ao chegar na casa de TH Jóias no dia da operação, agentes encontraram objetos abandonados às pressas. O deputado foi detido horas depois em outro endereço na Barra da Tijuca. Para a PF, a movimentação indicaria prévio conhecimento da ação.
Quem é TH Jóias
O deputado estadual é investigado por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e ligação direta com a facção Comando Vermelho. Apurações apontam que ele utilizava o mandato para facilitar negociações de drogas e armamento para o Complexo do Alemão, além de indicar nome ligado ao crime para cargo no próprio gabinete.
Conteúdo do celular abre nova frente: a “lista de contatos” sob suspeita
O acesso ao aparelho de Bacellar aumenta o alcance da investigação. A PF agora analisa conversas com outros deputados, assessores e empresários ligados a gabinetes da Alerj. O objetivo é identificar se o vazamento a TH Jóias foi um episódio isolado ou se há uma rede política protegendo atividades criminosas desde a estrutura legislativa.
Entre as linhas investigativas estão:
- possíveis trocas de cargos por interferência em investigações criminais;
- indícios de monitoramento interno de operações sigilosas;
- servidores com vínculos indiretos com facções, alocados em gabinetes.
Peritos cruzam mensagens extraídas do aparelho de Bacellar com comunicações obtidas nos celulares apreendidos na ação, buscando descobrir quem lucrava com a permanência de mandatos supostamente operando para grupos criminosos. A PF avalia pedir novas quebras de sigilo e o STF estuda ampliar o número de investigados.
Votação nesta segunda decidirá destino político de Bacellar
A Alerj vota nesta segunda-feira (08) se o presidente permanecerá preso. O resultado indicará o grau de proteção política dentro da Casa e se a blindagem histórica de parlamentares do Rio será mantida diante de provas que agora partem do próprio telefone do dirigente.




