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segunda-feira, dezembro 15, 2025
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Câmara reage com violência e abre caminho para cassar Glauber, mas poupa deputados investigados

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Sessão tem agressão a jornalistas em ação da Polícia Legislativa

A sessão na Câmara dos Deputados terminou em confusão após o deputado Glauber Braga ser retirado à força da cadeira da Presidência. Jornalistas que acompanhavam a votação relataram agressões por parte da Polícia Legislativa, responsável pela operação conduzida sob comando de Hugo Motta. Profissionais denunciaram empurrões, golpes com escudos e bloqueio de celulares durante a cobertura.

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A ocupação da cadeira por Glauber ocorreu após protesto contra o projeto de anistia a investigados dos atos de 8 de janeiro. A reação da segurança esvaziou rapidamente a área da Mesa Diretora. A operação avançou sobre a área destinada à imprensa, onde repórteres registravam a movimentação, e parte da tropa teria ordenado que os profissionais desligassem câmeras.

Deputado Glauber Rocha e Samia Bonfim registraram Boletim de Ocorrência por agressão. Foto Glauber Rocha/Facebook

Falta de protocolo e uso de força

A ação ocorreu sem aviso prévio à equipe de comunicação do parlamento, que normalmente recebe orientação antes de intervenções no plenário. O deslocamento repentino da tropa empurrou fotógrafos e cinegrafistas contra o parapeito lateral da tribuna, onde não há barreira de proteção adequada. Relatos apontam que ao menos dois profissionais levaram golpes enquanto tentavam se afastar.

Contradições e impacto político

A direção da Polícia Legislativa afirma que a operação visou apenas retirar o deputado da cadeira presidencial, mas testemunhas indicam que a tropa continuou a empurrar parlamentares e imprensa mesmo após a remoção de Glauber. Um dos pontos críticos será identificar qual ordem justificou a repressão sobre a área de jornalistas, já que o acesso profissional é regulamentado e autorizado pela própria Casa.

A escalada acontece em meio à votação de um projeto que reacendeu tensões entre governo, oposição e setores investigados por participação ou incentivo aos atos golpistas. O episódio deve influenciar a narrativa sobre o uso do aparato policial interno e o grau de autonomia concedido às forças de segurança no parlamento.

Deputados escolhem quem pode cair

A sessão revelou, também, um movimento interno para punir apenas opositores enquanto nomes aliados ao bolsonarismo, investigados por crimes graves, permanecem blindados pela cúpula da Casa.

A cena ocorreu após o deputado Glauber Rocha ocupar a cadeira da Presidência em protesto contra a votação-relâmpago que beneficia condenados por tentativa de golpe. A ordem para retirá-lo partiu do presidente da Câmara, que acionou a Polícia Legislativa. O uso desproporcional da força atingiu jornalistas que registravam a ação. Testemunhas relataram empurrões, celulares arrancados e obstrução de cobertura.

Minutos depois, a Mesa Diretora abriu caminho para uma possível cassação de Glauber. Mas, no mesmo plenário, seguem paradas sem qualquer encaminhamento outras representações que envolvem casos de peso: a deputada que fugiu para a Argentina após descumprir ordem judicial; outro deputado alvo de investigação por espionagem ilegal que também está foragido; o herdeiro político acusado no inquérito dos atos antidemocráticos; e os parlamentares citados nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco.

https://twitter.com/karensantospoa/status/1998513568292192541?s=20

Todos permanecem com mandato intacto. Nenhum deles teve pedido de cassação apreciado.

Riscos à liberdade de imprensa

Profissionais pretendem protocolar denúncias sobre agressões, citando violação de garantias de cobertura jornalística asseguradas por normas internas da Câmara. O episódio também reacende debate sobre responsabilização da Polícia Legislativa, que não possui mecanismo de controle externo equivalente às polícias estaduais.

Organizações de imprensa monitoram possíveis repercussões legais e questionam o fato de a ação ter sido ordenada em sessão de alto impacto político, sem mediação institucional. A ausência de registro oficial de ocorrências durante a confusão levanta suspeitas de tentativa de apagar evidências, que podem aparecer em imagens captadas por celulares e câmeras que estavam sendo pressionadas a desligar.

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