Em janeiro, Campinas registrou 709 assaltos gerais, apontam as estatísticas oficiais divulgadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. Em média, os campineiros sofreram um roubo a cada 60 minutos em 2016. Em Sousas e Joaquim Egídio, a realidade é semelhante. Os casos saltaram 280% e causam sensação de insegurança nos moradores.
A modalidade de roubo, que concentra casos de “saidinha de banco”, assaltos a estabelecimentos comerciais, casas e crimes contra pessoas nas ruas, subiu 2,3% este ano em relação a igual período do ano passado. Foram 693 em 2015, contra 709 este ano.
O índice de roubos da cidade se compara ao de Osasco, inserida na Região Metropolitana de São Paulo, a localidade mais violenta do Estado.
De acordo com a secretaria, os roubos gerais aumentaram de cinco para 19 na região dos distritos em janeiro de 2016.
O Jornal Local tem mostrado, desde janeiro, a onda de violência nos distritos, com crescimento principalmente em casos de roubo.
“Só no meu condomínio (Ermitage) já roubaram nove vezes este ano. Cada vez que a gente entra e sai de lá, o porteiro fala um número maior de assaltos”, declarou o publicitário Alejandro Martinez, de 34 anos.
Segundo o publicitário, os ladrões “saem na boa e a pé” do local. “O condomínio fica afastado e exposto. Vão a pé lá, roubam e saem na boa”. Com isso, contou, o condomínio tem investido em profissionais de segurança.
Para o encarregado de evento Leandro Freire, 26, do Nova Sousas, o desemprego em alta aliado ao fato de Sousas ser cercado de condomínios influencia na criminalidade ocorrida no distrito.
“Tem um cofre em quase toda casa de condomínio. Aumenta mais o crime pela falta de oportunidade de emprego, essa é a minha opinião”, comentou.
Ex-secretário nacional aponta necessidade de ‘ajustes’ da polícia
Ex-secretário nacional de Segurança Pública na era FHC (Fernando Henrique Cardoso), o coronel reformado José Vicente da Silva Filho, afirmou que para reduzir roubos as polícias Civil e Militar devem fazer “ajustes” e trabalhar integradamente em locais com maior incidência de assaltos e contra principais bandidos que atuam na região.
“Provavelmente tenha ocorrido o dobro de crimes que foram registrados. Os assaltos dependem muito do trabalho de coordenação e parceria da Polícia Civil e Militar. Quando não ocorre essa parceria o crime cresce. A PM deve vigiar as ruas com maior incidência de crimes e combinar para trabalhar. A Polícia Civil deve ir atrás dos bandidos com maior participação nos crimes”, disse.
O especialista apontou também a falta de efetivo policial disponível. “Reduziu muito o efetivo da polícia por causa de uma escala de trabalho que vem sendo feita. O papel da polícia é reduzir crimes. Se estão aumentando é porque não estão trabalhando direito ou há problemas nos recursos disponíveis de acordo com a incidência criminal”, analisou.
Questionada, a Secretaria Estadual de Segurança Pública não se pronunciou até o fechamento desta edição.