Em entrevista à jornalista Lúcia Hipólito hoje na Rádio CBN Rio, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) reafirmou sua disposição de concorrer às eleições para a Presidência da República, “porque é onde tenho mais chance, me preparei 12 anos para isso e me considero, sem falsa modéstia, o mais bem preparado dos candidatos”. Ele respondeu às perguntas dos internautas, falou sobre seu apoio ao Governo Lula, sobre sucessão presidencial, política partidária e sobre o seu projeto de futuro para o país, que inclui uma ampla reforma do Estado e a profissionalização do serviço público.
Ele acredita que tem cacife para ser presidente e negou que sua candidatura esteja submetida exageradamente ao presidente Lula: “O meu entusiasmo pelo Governo Lula é de apoio, porque é um governo benfazejo para o Brasil”. Ele apontou acertos, mas também falou dos problemas em áreas cruciais, como a educação, onde o Brasil é sofrível em vários índices, “é o pior em acesso ao ensino superior”, por exemplo.
Sobre a possibilidade de uma eleição plebiscitária, PT x PSDB, Ciro voltou a dizer que “se isso acontecer o Brasil perderá a oportunidade de avançar em direção ao futuro”. E defendeu a criação de um projeto de futuro para o país. Ele alertou para a necessidade de renovação da Câmara Federal, para que o novo presidente possa contar com um “Congresso decente”. Ele acredita que a série de escândalos que tem surgido na política brasileira está abalando a credibilidade do Congresso e passando uma imagem errada para os jovens. Um exemplo: “O PT começa a se abraçar com escândalos e some do imaginário da ética”.
Se eleito, Ciro Gomes anunciou que fará uma reforma profunda no Estado, “cuja chave principal é a profissionalização do serviço público”. Ele defende um choque de mérito no setor público, acabando de vez com “a distribuição de cargos para afilhados”. Sobre a concentração de poder na área federal, o deputado disse que é favorável ao “federalismo de integração”, que começa traçando um mapa das graves tarefas a serem feitas, passa pela redistribuição dessas tarefas, pela repartição das receitas e por uma reforma tributária.
Ciro disse ainda que o modelo econômico que quer implantar no Brasil passa pela austeridade fiscal, o câmbio flutuante e a inflação sob controle. Ele relembrou que na sua gestão como ministro da Fazenda, em plena crise do Plano Real, conseguiu fazer a inflação recuar a zero, e passou a ser aplaudido em restaurantes do Rio de Janeiro. Ciro também defendeu “uma autonomia funcional para o Banco Central, mas subordinada ao presidente da República”.
Sobre o alardeado “isolamento” de sua candidatura, Ciro Gomes ressaltou que não está sozinho, “nem pedindo poder a ninguém, só peço poder ao povo brasileiro”. Ele destacou que o seu partido, o PSB, está em melhores condições hoje, com três governadores bem avaliados em três estados (PE, CE e RN) e concorrendo em nove estados (Rio Grande do sul, Mato Grosso, Amapá, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Espírito Santo).