Reconhecer jovens talentos e integrá-los ao circuito artístico brasileiro é o objetivo do Prêmio Citi Novos Artistas 2009 cuja primeira edição selecionou três artistas – Lucas Simões (29 anos, arquiteto e artista plástico), Erika Astronauta Ariente (30 anos, arquiteta e ilustradora) e Maurício Parra (33 anos, arquiteto e artista plástico), todos de Sâo Paulo – que transitam por diversas técnicas, cujos trabalhos serão expostos a partir de 30 de novembro e até 15 de janeiro de 2010 no Espaço Cultural Citi na Avenida Paulista.
Para Jacob Klintowitz, crítico de arte e curador do Espaço Cultural, “são três jovens de evidente talento e personalidade vigorosa. Certamente eles não representam toda a juventude paulista, mas é um indício do que temos de melhor, o que se verifica pela cultura cosmopolita, capacidade de trabalho, posição determinada diante das questões artísticas e clara visão da realidade”.
Os três artistas foram escolhidos, através de concurso, por um júri experiente: o escultor Caciporé Torres, a crítica de arte e historiadora Ruth Sprung Tarasantchi, além de Klintowitz. Essa mostra fecha a temporada 2009 do Espaço Cultural Citi.
O espaço é uma galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam entre a Avenida Paulista e a Alameda Santos. A vocação do Espaço Cultural Citi é mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Desde 2005, passaram por ali as obras de nomes consagrados, como Rubens Gerchman, Luiz Paulo Baravelli, Cláudio Tozzi, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni, Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres e a ceramista Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana Maas e Manu Maltez, entre outros.
O Espaço Cultural Citi (Av. Paulista, 1111, térreo, fone 11.4009.3000) fica aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas. Acesso a portadores de deficiência física pela Alameda Santos, 1146. A entrada é gratuita.
Prêmio Citi Novos Artistas 2009
Todas as obras recebidas – desenho, arte digital, pintura, escultura, gravura, fotografia ou técnica mista – foram analisadas por uma comissão julgadora presidida pelo crítico de arte Jacob Klintowitz. A premiação é a exposição coletiva dos trabalhos no Espaço Cultural Citi, a ser aberta em vernissage, com divulgação para os meios de comunicação, acompanhada de folder com a descrição e imagem dos trabalhos.
A janela aberta e a paisagem, por Jacob Klintowitz
Não existem muitos espaços disponíveis para a juventude na arte brasileira. Os salões de arte, tradicional porta de entrada, quase desapareceram do país. Os museus e institutos culturais optaram por artistas maduros e famosos em razão do alto custo de uma mostra, do risco de apresentar desconhecidos e do desejo de ter uma grande presença do público. Esta exposição lembra a pintura renascentista, quando o espaço interno fechado passou a conter uma janela aberta pela qual se via uma paisagem.
Maurício Parra tem a concentração, o domínio técnico e a severidade do artista maduro. Ele escolhe um assunto e com este foco cria e aprofunda uma temática feita de contrastes visuais, sombras, geometrias. Sempre envolta em mistério a sua arte deixa perceber que além da figura se esconde outra realidade.
Lucas Simões intervém e domina os espaços e os volumes, torna-os prisioneiros de sua razão e do seu desejo de ordem e humanismo. Cria uma extraordinária cartografia onde aponta novas trilhas e condiciona os volumes em caixas e amarrações. Trata-se de um artista de qualidade reflexiva.
Erika Astronauta Ariente pertence à estirpe dos grandes caricaturistas, àqueles dotados de subterrânea capacidade de ver a síntese expressiva, o traço dominante do personagem, o seu aspecto sublime ou ridículo. Airente é um tipo de artista que torna o mundo mais leve e gracioso.