14.9 C
Campinas
quarta-feira, agosto 6, 2025

Classe trabalhadora não aceita um mercado de trabalho informal

Data:

Declaração de Bolsonaro, além de refletir a herança escravocrata de uma elite atrasada que não gosta do povo,

 

Insatisfeito com o desmonte nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), quer aprofundar a reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) para que as mudanças se aproximem ainda mais da “informalidade”.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, este pensamento é típico de um político que representa mais os interesses dos patrões do que os do povo. E tão grave quanto isso, diz o dirigente, é uma ideia de quem não entende nada de economia.

O trabalhador informal, além de não ter direitos e ganhar bem menos, não contribui com a arrecadação, diz Vagner, que alerta: “A informalidade vai fazer o Estado brasileiro perder arrecadação, o que agravará as contas públicas e se refletirá na queda da oferta e qualidade dos serviços públicos”.

É uma proposta típica de patrões que só pensam no lucro e não sabem o que é governar para o povo e com o povo.  Vagner Freitas

O secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, acrescenta que um mercado de trabalho informal “significaria perdas pesadíssimas para a economia brasileira, especialmente nas exportações”.

“Muitos países não toleram e não compram produtos de países que exploram os seus trabalhadores. Tenho a certeza de que o Brasil não chegará a esse nível”.

 

Bolsonaro volta a defender patrão

“No que for possível, sei que está engessado o artigo sétimo [da Constituição], mas tem que se aproximar da informalidade”, disse Bolsonaro em reunião com deputados do DEM na noite desta quarta-feira (12), em Brasília.

Ele voltou a dizer, ainda, que é muito difícil ser empresário. “Ser patrão no Brasil é um tormento”, afirmou, reforçando o discurso de que pretende fazer novas flexibilizações na legislação trabalhista porque o empresário é desestimulado no país devido ao ‘excesso’ de direitos dos trabalhadores.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a declaração de Bolsonaro, além de refletir a herança escravocrata de uma elite atrasada que não gosta do povo, vai contra os interesses da maioria da população, que depende de um Estado forte para garantir o acesso às políticas públicas com inclusão social e geração de emprego decente.

“O que faz a economia girar é mais dinheiro nas mãos dos trabalhadores, não o contrário, como ele pensa. Trabalhador formalizado contribui mais, o que aumenta a arrecadação e garante mais hospitais, escolas, distribuição de renda, sobretudo para a população que mais precisa”, diz Vagner. 

 

Vai ter luta, vai ter resistência

O presidente da CUT ressalta que não será tão simples tirar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras como Bolsonaro imagina. “Vai ter resistência”, garante Vagner.

“Continuaremos no local de trabalho organizando os trabalhadores. Estaremos nas escolas, chão de fábrica, ocupações, bairros e ruas de todo o país dialogando com os trabalhadores e organizando a resistência”.

A CUT e seus sindicatos continuarão buscando a formalização do mercado de trabalho e não abrirão mão dos direitos conquistados ao longo de décadas de luta, completa o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa.

“Sabemos que as declarações do presidente eleito só têm repercussão junto aos empresários. A sociedade brasileira não tolera a informalidade e a desregulamentação total do mercado de trabalho. Isso seria um caos para o Brasil”, conclui Roni, que é também petroleiro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_imgspot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Alckmin anuncia plano para conter impacto de tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros

Medida entra em vigor na quarta-feira (6) e afeta...

Tarifaço de Trump poupa 44,6% das exportações brasileiras aos EUA, aponta governo Lula

Lista com cerca de 700 exceções inclui petróleo, minério...

Governo Lula notifica distribuidoras de gás por não repassarem redução de preços ao consumidor

Secretaria Nacional do Consumidor deu prazo de 48 horas...

Brasil monitora tarifaço de Trump e prepara resposta estratégica a medida que atinge exportações

Embora parte dos produtos brasileiros tenha sido poupada, decisão...
Jornal Local
Política de Privacidade

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) já está em vigor no Brasil. Além de definir regras e deveres para quem usa dados pessoais, a LGPD também provê novos direitos para você, titular de dados pessoais.

O Blog Jornalocal tem o compromisso com a transparência, a privacidade e a segurança dos dados de seus clientes durante todo o processo de interação com nosso site.

Os dados cadastrais dos clientes não são divulgados para terceiros, exceto quando necessários para o processo de entrega, para cobrança ou participação em promoções solicitadas pelos clientes. Seus dados pessoais são peça fundamental para que o pedido chegue em segurança na sua casa, de acordo com o prazo de entrega estipulado.

O Blog Jornalocal usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Confira nossa política de privacidade: https://jornalocal.com.br/termos/#privacidade