Programa começa em Ceilândia e busca criar vínculo direto com população
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do ministro Guilherme Boulos, nesta sexta-feira (5), o plano do projeto Governo do Brasil na Rua, iniciativa que levará serviços federais diretamente a bairros populares. O programa prevê mutirões presenciais, atendimento médico, orientação para benefícios sociais e facilitação de registros trabalhistas, com o objetivo de ampliar a atuação do Estado nas periferias.
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Lula destacou que a ação pretende fortalecer o diálogo e a presença institucional. Segundo ele, o governo percorreu todos os estados para “aproximar ainda mais a população das políticas públicas” e construir atendimento contínuo nos territórios.

A primeira edição está marcada para 13 de dezembro, no Sol Nascente, em Ceilândia, com funcionamento das 9h às 17h. Haverá atendimento médico, balcão do INSS, orientação para Microempreendedor Individual (MEI), cursos e formalização de negócios. Somente a perícia do INSS exigirá agendamento prévio. A estrutura também inclui a Tenda Lilás, com serviços para mulheres, e três carretas temáticas que ofertarão crédito imobiliário, capacitação digital e ações de saúde.
O lançamento ocorre em um cenário em que o governo avalia o crescimento de movimentos de base ligados à extrema direita, especialmente nas periferias. A ação de Boulos, que ampliará presença em territórios onde igrejas e grupos conservadores disputam influência, é vista nos bastidores como um passo para reorganizar a base popular ligada à esquerda e preparar o terreno para disputas de 2026.
Dirigentes do governo e articuladores políticos avaliam que o Governo na Rua funciona como contraponto ao modelo de mobilização digital e religiosa que sustenta o bolsonarismo. A presença física em comunidades é tratada como instrumento para reduzir a dependência das redes sociais e limitar a disseminação de desinformação.
Disputa entre bases comunitárias e igrejas
Em áreas como Ceilândia, grupos religiosos ligados a pastores conservadores dominam o trabalho assistencial há décadas. A presença estatal direta deve provocar reação política. Líderes evangélicos já discutem resposta para evitar perda de influência. A avaliação é que o governo entra em “território de disputa ativa” com grupos que também pretendem mobilizar eleitores em 2026.
Redes sociais ligadas ao bolsonarismo já testam mensagens para desqualificar o programa, anunciando-o como “campanha disfarçada” e “compra de votos com serviços públicos”. A comunicação oficial pretende reforçar que as ações serão permanentes e em vários estados, reduzindo a narrativa de uso eleitoral.




