Com o término do prazo para a troca de partidos que foi até o dia 7 de outubro, as mudanças alteraram a correlação de forças na Câmara de Campinas. A oposição ganhou mais integrantes e se recompôs com a migração de parlamentares para partidos como PSDB, PSB e PTB, enquanto o PDT, partido do ex-prefeito Hélio de Oliveira Santos, enfraqueceu. O PMDB tornou-se a bancada mais numerosa, passando de dois para cinco vereadores. PSDB e PSB — que, a exemplo do PMDB, deverão ter candidato próprio a prefeito — passaram a ter quatro parlamentares (ambos tinham três).
O PDT, que ocupava o posto de sigla com mais parlamentares, com um total de oito, perdeu mais da metade do que tinha para outros partidos e ainda um suplente. Na análise dos presidentes dos diretórios municipais, não há dúvida de que a crise que levou ao impeachment de Hélio teve fortes reflexos na reestruturação da Casa.
Com o desgaste do partido do ex-chefe do Executivo, os vereadores passaram a dialogar com outras legendas para negociar as mudanças. “É natural que ninguém queira ter o nome ligado ao do partido que tem um prefeito que foi cassado”, afirmou a presidente do diretório do PSDB de Campinas, a deputada estadual Célia Leão. consigamos eleger cerca de quatro vereadores no ano que vem”, disse.
Na opinião de Ari Fernandes, presidente do diretório municipal do PT — partido do atual prefeito, Demétrio Vilagra, que assumiu o posto após a cassação de seu companheiro de chapa —, a sucessão de crises foi responsável pelas baixas no PDT. “Com certeza, a crise influenciou. Hoje, a situação do PT depende do sucesso do Demétrio e de sua sustentação, juridicamente falando, no cargo. Nós contávamos com a possibilidade de estar na Prefeitura, mas não de maneira tão trágica”, disse Ari.