Após ser presa durante missão internacional à Faixa de Gaza, parlamentar do PSOL critica bloqueio israelense e pede avanço do cessar-fogo para soberania palestina
POR SANDRA VENÂNCIO – Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil
A vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas (SP), desembarcou na manhã desta quinta-feira (9) no Aeroporto Internacional de Guarulhos após ser presa e deportada por autoridades israelenses durante a missão humanitária Flotilha Global Sumud, que buscava romper o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza.

Em sua chegada ao país, Conti foi recebida por familiares, apoiadores e representantes de movimentos sociais. Em coletiva de imprensa realizada no saguão do aeroporto, ela celebrou o cessar-fogo recém-anunciado entre Israel e o Hamas, mas reforçou que a medida ainda é insuficiente diante da realidade enfrentada pelo povo palestino.

“É muito emocionante nós chegarmos no dia em que é um dia histórico para a humanidade, que é o dia do cessar-fogo”, disse. “Mas é importante dizer que esse não é um cessar-fogo definitivo, que a paz na Palestina ainda não foi conquistada.”
A vereadora foi uma das integrantes da Flotilha Global Sumud, uma missão internacional formada por ativistas de diferentes países que tentou romper o bloqueio marítimo imposto por Israel a Gaza. Ela e outros 12 brasileiros foram detidos por forças israelenses em águas internacionais, levados à Jordânia e, posteriormente, deportados ao Brasil com apoio diplomático.
Durante sua fala, Mariana Conti criticou duramente o que classificou como “regime de apartheid” e defendeu o direito dos palestinos à autodeterminação. “Os dois últimos anos só foram possíveis porque a Palestina vive há décadas sob um cerco ilegal, sob o regime do apartheid e um projeto de limpeza étnica. O que queremos é que esse cessar-fogo avance para uma paz definitiva, com soberania e independência para o povo palestino.”
A Flotilha Global Sumud é uma iniciativa de solidariedade internacional com a causa palestina, que busca chamar atenção para o bloqueio e a crise humanitária em Gaza. A tentativa de romper o cerco foi interrompida pela interceptação das embarcações por Israel — uma ação considerada ilegal por organizações que defendem o direito internacional e os direitos humanos.
A vereadora do PSOL reiterou que continuará atuando em defesa da causa palestina e pressionando por uma mobilização global em torno de uma paz duradoura na região.