Há quarenta anos atrás, quando era torturada nos porões da ditadura militar, a então revolucionária Dilma Rousseff jamais pensaria que em 2010 seria eleita a 1ª mulher presidente do Brasil. Sua caminhada política nunca foi voltada para o Palácio da Alvorada, ao contrário da vida pública de seu opositor nas eleições, a candidatura caiu em seu colo.
Assumindo o Ministério de Minas e Energia no 1º mandato de Lula, Dilma Rousseff chegou à Casa Civil após a queda de José Dirceu. Com pulso firme e personalidade forte ganhou a confiança do Presidente que a lançou candidata à sua sucessão.
Entre aliados e opositores, muitos não punham fé na eleição de Dilma. Alguns chegaram a chamá-la de poste e de fantoche de Lula. Foi a 1ª mulher a disputar um 2º turno de uma eleição presidencial no Brasil, mas a 2ª etapa do pleito veio com um gosto amargo, uma vez que muitos esperavam que ela fosse eleita no dia 3 de outubro.
Após uma campanha repleta de intolerâncias, Dilma Rousseff obteve quase 56 milhões (56,05% dos votos válidos) de votos e foi eleita a 1ª mulher presidente do Brasil.
No estado de São Paulo, Dilma Rousseff perdeu a disputa presidencial. José Serra obteve 54,05% dos votos válidos, pouco mais de 12 milhões de votos. O candidato tucano também levou a melhor em Campinas, obtendo 51,64% dos votos válidos, um pouco menos de 20 mil votos de diferença em relação à candidata petista.
Um dos coordenadores regionais da campanha de Dilma, o Prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos, Presidente do Comitê Suprapartidário de prefeitos em apoio à Dilma Roussef, analisou a derrota da Presidente eleita na região: “José Serra fez bastante pelo interior do Estado e foi um governador de boa aprovação. Então, sua vitória já era de se esperar. Mas o mérito da Dilma foi diminuir a expectativa do adversário de sair com três milhões à frente no interior”. Serra venceu em 40 das 49 cidades da região de Campinas.
Em Sousas
O resultado das Eleições Presidenciais em Sousas e Joaquim Egídio seguiu o parâmetro do estado de São Paulo e da cidade de Campinas. Nos distritos, José Serra (PSDB) venceu Dilma Roussef (PT).
As abstenções chegaram à quase 19% do eleitorado, dos 13.163 eleitores aptos a votar, 2497 pessoas faltaram à votação. 242 votos foram em branco, o que representa 2,26% do total e 552 nulos, representando 5,17%. José Serra venceu com 6.133 votos, 57,50% do total. Dilma Rousseff recebeu 3.739 votos, 35,05% do total.
Contando apenas os votos válidos, ignorando votos em brancos e nulos, José Serra obteve 62,12% e Dilma Roussef ficou com 37,88%.
Brasil
Dilma 56,05% X 43,95% Serra
São Paulo
Dilma 45,95% X 54,05% Serra
Campinas
Dilma 48,36% X 51,64% Serra
Sousas
Dilma 37.88% X 62,12% Serra
Vitória de Dilma gera onda xenófoba em redes sociais
No domingo, dia 31, após a confirmação da vitória de Dilma Roussef na disputa presidencial, uma onda de xenofobia atingiu as redes sociais (Twitter, Facebook e Orkut). Pessoas descontentes com a eleição da ex-ministra de Lula responsabilizaram os nordestinos pela maioria dos votos da candidata petista.
Na quarta-feira, dia 3, uma procuradora regional do Ministério Público Fedral encaminhou um ofício sobre o tema e a OAB de Pernambuco entrou com processo contra a estudante de direito que começou os ataques. Ela também foi demitida do estágio que fazia.
Pessoas indignadas com tal reação colocaram a hashtag #orgulhodesernordestinos entre os Trending Topics, lista de assuntos mais comentados, do Twitter e criaram o site “Diga não á xenofobia” www.xenofobianao.tumblr.com
Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.