Ainda não há previsão para a implantação da coleta mecanizada em Sousas e Joaquim Egídio que hoje é feita pelo método manual de coleta de lixo. Segundo informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Campinas, a decisão ainda não está tomada, pois a proposta será discutida primeiramente com as comunidades locais para que o veredicto seja firmado.
A Administração deixará de pagar R$ 114 pela tonelada coletada por dia de lixo ao Consórcio Renova Ambiental e passará a desembolsar R$ 85 pelo serviço — que precisa de menos trabalhadores para operar. A economia será de aproximadamente R$ 1,130 milhão por mês quando o sistema funcionar em toda a cidade.
O sistema é o mesmo que foi rejeitado pelos moradores de Barão Geraldo, que se posicionaram contrários inicialmente pela falta de informação e transparência do poder público. Segundo o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella foram realizadas duas audiências públicas no ano passado e 90% da população aderiu ao sistema. Fato contestado pelos baronenses em reunião com representantes da Secretaria de Serviços Públicos no dia 14 de maio. A indignação resultou em dois ofícios, protocolados na Prefeitura e Câmara Municipal, pedindo a retirada dos containers e informando o boicote dos moradores ao sistema. Eles alegaram vários pontos contra o novo procedimento como, a distância das casas do local que o container for instalado; o fato de o sistema não contemplar os recicláveis, e até mesmo a segurança de caminhar até o local.
Segundo Renato César Pereira, representante do Orçamento Participativo da Cidade Universitária e morador do bairro, vários vândalos queimaram os containers na cidade de Itu – que já aderiu ao processo de coleta mecanizada – e a higienização será a cada 30 dias em 340 unidades que foram colocadas na Cidade Universitária, limpeza que não será suficiente para a quantidade de lixo que se é produzido por dia.
A especialista em resíduos sólidos e professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eglé Novaes Teixeira afirmou que seria mais prático fazer a instalação conjunta do sistema de recolhimento de resíduo comum e reciclável. “Já que a Prefeitura está mudando, nada impede que ela coloque também um container no bairro para a coleta seletiva. Seria uma forma de ampliar o reaproveitamento do lixo na cidade, que hoje é mínimo”, explicou.
No Cambuí os debates estão marcados para acontecer em agosto, e somente após essa análise, é que o projeto segue para discussão nos distritos de Sousas e Joaquim Egídio.
Hoje a empresa que faz a coleta é a Renova Ambiental, e segundo informações da comunicação da Prefeitura de Campinas, esse novo procedimento não irá reduzir o número de funcionários das empresas, que são terceirizadas.
Segundo comerciante do Centro de Sousas, os containers não serão viáveis, pois irão acumular o lixo. Um morador relata que para dar certo precisa ter uma coleta mais regular do que acontece hoje, pois deixar o lixo parado dentro do container será fácil ter a proliferação de insetos e baratas. Além de que as pessoas terão que cainhar até o local com o lixo na mão, para depositá-los onde eles forem colocados. “Sousas não tem espaço apropriado para isso”.
A containerização tem o objetivo de fazer com que o lixo orgânico não fique nas calçadas, em sacos plásticos, exposto à chuva e aos animais, pois eles podem se espalhar e sujar as ruas, causando entupimento de bueiros. O projeto busca minimizar o mau cheiro e a proliferação de insetos, pois a questão sanitária é o primeiro objetivo desse novo modelo. “Campinas não será a primeira cidade a receber o sistema, outras cidades do interior paulista já adotaram esse procedimento, e contou com a aprovação da sociedade. Fora do país, cidades como Londres, já utiliza esse sistema há décadas”, informa Denize Assis, coordenadora de comunicação da Prefeitura de Campinas.
Muitas vantagens nesse novo projeto é destacado pela Prefeitura de Campinas, melhorias na implementação poderão ser notadas, caso seja aprovado. “Com a coleta mecanizada, os funcionários não têm mais contato com o lixo e nem precisam correr atrás do caminhão.
Nesse sistema, o cidadão pode depositar o lixo orgânico no contêiner que estiver mais próximo a sua casa. Cada quadra, no mínimo, terá dois equipamentos e pode chegar a ser instalado até quatro, isso tudo dependerá da complexidade. Por exemplo, uma rua que tenha maior número de restaurantes e bares terá maior número de contêineres”, relata Denize.
Referente à taxa de IPTU, que uma porcentagem é referente a coleta de lixo, é calculada conforme característica do imóvel, e não terá alteração no valor, sendo o projeto aprovado ou não.