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quinta-feira, julho 3, 2025

Dois acampamentos do MST na Bahia sofrem ataques de pistoleiros

Data:

Assustados com os tiros, alguns acampados se refugiaram nas matas ao redor. Ninguém foi atingido pelos disparos. A polícia foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado.

 

 

 

Duas ocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em diferentes regiões da Bahia sofreram ataques de pistoleiros na madrugada desta quarta-feira (4).

Uma delas foi na região da Chapada Diamantina, no município de Itaeté. De acordo com o MST, oito homens encapuzados e armados invadiram o acampamento Antônio Maero por volta das 2h. Atiraram contra alguns barracos e foram embora.

Assustados com os tiros, alguns acampados se refugiaram nas matas ao redor. Ninguém foi atingido pelos disparos. A polícia foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado.

O acampamento, onde vivem cerca de 300 famílias camponesas desde 25 de março, fica na antiga fazenda Dois Rios.

“Aterrorizaram, atiraram para tudo que é lado. Nosso povo não sabia para onde correr, caiu no rio, na mata. Crianças, idosos. Uma criança quase se afogou”, relata Abraão Brito, articulador político do MST na Chapada Diamantina.

“Aqui no município de Itaeté está um terrorismo. A gente pede socorro e justiça porque o governo Bolsonaro está matando o povo de fome e de medo. As coisas não estão fáceis aqui”, completa.

“Mas nosso povo resiste na área. Pior não é o medo dos fazendeiros. Pior é a fome que está batendo na porta de todo mundo aqui. O povo não tem para onde ir e prefere morrer do que sair da terra”, atesta Abraão.

Tiros na madrugada e despejo pela manhã

O segundo ataque aconteceu a quase 700 km dali, no extremo sul da Bahia, na cidade de Itabela. Dessa vez, segundo o movimento, tiros foram disparados entre 2h e 4h ao lado do acampamento Anelicy Sena.

MST-BAMST-BA
Anelicy Sena e sua filha, um pouco antes do despejo 

Pouco depois do amanhecer nesta quarta-feira (4), a Polícia Militar removeu as 60 famílias da área. Sem ter para onde ir, os camponeses desabrigados foram alojados em um assentamento próximo.

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal proibiu os despejos no país até dia 30 de junho. A regra, no entanto, não se aplicou para o acampamento em Itabela por só valer em casos de ocupações feitas antes do início da pandemia de covid-19.

Edição: Felipe Mendes/CUT

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