As casas foram construídas em área as margnes do Ribeirão Cabras
As 84 famílias que ocupavam uma área no Jardim Conceição, no distrito de Sousas, em Campinas, começaram a deixar as casas desde o último mês. A desocupação foi determinada pela Justiça, pois foram construídas em uma área de preservação ambiental. Todas as residências que ocupam essa área serão demolidas. Os moradores que já receberam indenizações precisam desocupar o imóvel, ainda este mês. O processo de desocupação já começou e algumas casas já começaram a ser demolidas, restam somente algumas paredes e telhados. A família da doméstica Maria de Fátima Leopoldino, moradora da Rua Joaquim Augusto, foi incluída no programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, e ao invés do dinheiro da indenização, vai receber um apartamento popular, assim como outras 25 famílias. “Tenho um irmão que usa cadeira de rodas e não sei como irei adaptá-lo, pois ele precisa de cuidados especiais”, declarou. Até quem não vai embora sente o drama dos que são obrigados a deixar suas casas. Maria da Glória mora do outro lado da rua, fora da área de desocupação, mas chorou hoje ao ver tantas casas já abandonadas. “Já recebi a indenização e estou para sair, o prazo foi estendido por 45 dias. Se eu tivesse para onde ir já teria saído”, diz o morador Adelino de Moura. A ordem judicial se refere a um processo do Ministério Público do Meio Ambiente, determinando a desocupação da área, por se tratar de uma região de preservação ambiental. Para os moradores foi um choque, já que moram no bairro há quase 20 anos. O diretor da Macrozona Leste de Campinas, Vinícius Gratti, fez uma vistoria técnica no local. “Quando o juiz manda, independentemente da vontade do morador, a ordem tem que ser cumprida. Embora seja triste ver estas famílias se mudando, por outro lado é para a segurança delas”, afirma. Alguns moradores que não estão na área de preservação acham que com as casas demolidas cresce também a insegurança na região. Mas, Vinícius assegura que ao contrário. “O local terá mais segurança para impedir que vândalos se apropriem das casas desocupadas e posteriormente, com o plantio de árvores a segurança será mantida”, conclui Vinícius. “Tem que fazer alambrado e a Guarda Municipal para ter segurança”, disse a moradora Juraci de Lima Chiorlin. Apesar da ocupação irregular, o bairro oferece infra-estrutura, como água, luz, telefone e asfalto. Segundo a assessoria de imprensa da Cohab foi iniciado o processo de demolição, mas depois interrompido, pois estava comprometendo as casas vizinhas. Devido as chuvas das últimas semanas o processo fica ainda mais lento. A assessoria não informou quando finalizarão as obras de demolição. Já o secretário de meio ambiente, Paulo Sergio Garcia de Oliveira, o local receberá o plantio de aproximadamente mil mudas de árvores para recompor a mata ciliar. Entre as espécies nativas serão plantadas: Ingá, Sangra D’água, Jequitibás, Ipê, Pitanga, Goiaba, entre outras. “A ideia é fazer umas pista de caminhada para a população usar como área de lazer”, afirma o secretário. Paulo Sérgio diz ainda que a previsão de plantio aconteça após a remoção das famílias, limpeza dos entulhos e recomposição do local, deixando a área adequada ambientalmente, isso deverá acontecer entra os meses de setembro e outubro, quando começam as chuvas. O ribeirão Pires será desobstruído, passará por um processo de limpeza e desassoreamento e será monitorado para que não haja invasão. Processo da desocupação O Ministério Público do Estado entrou com uma Ação Civil para que a Prefeitura desocupasse as áreas entre as Praças dois e 5, ao longo do Ribeirão dos Pires, no Jardim Conceição em 2009, por se tratar de uma Área de Proteção Permanente e pode, durante o período das chuvas, colocar em risco a vida das pessoas. A administração da macrorregião, Sousas e Joaquim Egídio é feita sob a direção de Vinícius Gratti.




