Cobrança será feita na pista expressa da Dutra, entre São Paulo e Arujá, e deve usar o sistema Free Flow; valores serão definidos pela ANTT
Por Sandra Venancio
São Paulo (SP) — Motoristas que trafegam pelas marginais e pela Rodovia Fernão Dias, no sentido Presidente Dutra, já começam a notar as placas que anunciam a chegada de um novo pedágio urbano no caminho para o Aeroporto Internacional de São Paulo (Cumbica), em Guarulhos. A cobrança, imposta pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está prevista para começar ainda neste ano, será implementada pela concessionária CCR Rio/SP, responsável pela administração da Via Dutra.
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O pedágio será instalado no trecho antes considerado urbano da rodovia, entre São Paulo e Arujá, região que até agora não contava com cobrança. De acordo com a empresa, o pagamento ocorrerá somente na pista expressa, enquanto o tráfego pela pista marginal continuará gratuito.

A cobrança seguirá o modelo Free Flow, sistema eletrônico que dispensa cabines e realiza o débito de forma automática, por meio da leitura da placa do veículo ou de tags eletrônicas. O mesmo modelo já está em operação em outros pontos da Dutra, mas chegou a ser alvo de ação judicial do Ministério Público Federal (MPF), que questionou a clareza das informações prestadas aos motoristas.
Os valores ainda não foram definidos, pois dependem da aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que regula as concessões federais. Segundo a concessionária, o cálculo considerará o quilômetro efetivamente percorrido por cada veículo, conforme previsto no contrato de concessão de 30 anos firmado em novembro de 2021.

As placas instaladas pela CCR indicam que o novo pedágio atingirá motoristas que acessam a Dutra pela Vila Maria, Tatuapé e Marginal Tietê, principais vias de ligação com o aeroporto e a Zona Norte da capital paulista.
O leilão da Dutra, realizado em outubro de 2021 durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), teve como ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo. O grupo CCR S.A. venceu a disputa ao oferecer R$ 1,77 bilhão de outorga e se comprometeu a realizar melhorias estruturais antes do início da cobrança.
A empresa afirma que as obras de modernização, ampliação de faixas e novos acessos na região estão concluídas e que o pedágio urbano visa “garantir o equilíbrio econômico do contrato e melhorar a fluidez no tráfego entre São Paulo e o aeroporto de Guarulhos”.
Entidades de transporte e representantes de motoristas de aplicativos, no entanto, temem que a medida encareça o deslocamento de quem precisa acessar o aeroporto diariamente. A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros (Fetpesp) informou que estuda acionar a ANTT para discutir a necessidade de isenções ou tarifas reduzidas para veículos de serviço público.




