Criminosos retiram obras pela porta principal após render vigilante
A Biblioteca Mário de Andrade, no Centro Histórico de São Paulo, foi alvo de um furto na manhã deste domingo (7). Duas pessoas levaram obras raras que estavam expostas e saíram pela porta principal após renderem uma funcionária e um casal de idosos que visitava o espaço.
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Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os ladrões exigiram documentos e recolheram ao menos oito quadros em uma sacola de lona. Eles subiram até a área da cúpula de vidro, onde estavam as peças da mostra “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”. Em seguida, fugiram pela rua sem chamar atenção.
As gravuras roubadas incluem oito peças de Henri Matisse e cinco de Candido Portinari, estas da série “Menino de Engenho”. As obras pertenciam ao acervo da exposição, que reunia raridades literárias e artísticas ligadas à formação cultural da cidade. Vigilantes correram para pedir ajuda a policiais que patrulhavam a região, mas os suspeitos não foram localizados.

Câmeras flagraram a rota dos suspeitos
Imagens de segurança mostram uma van azul estacionando na Rua João Adolfo às 10h43. Dois homens descem do veículo, caminham até a biblioteca e retornam um minuto depois. Um deles carrega duas obras retiradas da van; o outro também sai com papéis nas mãos.
As gravações mostram ainda que três telas foram encostadas contra um muro no cruzamento com a Rua Alfredo Gagliotti. O homem de camiseta clara atravessa a rua correndo logo após deixar as peças no chão. Não há registro de quem recolheu o material em seguida, levantando a hipótese de participação de um terceiro envolvido ou de coleta posterior.

Obras deixadas na rua levantam suspeita de negociação prévia
A cena incomum de telas sendo abandonadas em via pública, por poucos segundos, sugere que o crime pode ter contado com apoio externo e possível comprador previamente definido. A estratégia indica que a retirada das obras estaria sincronizada com alguém encarregado de recolhê-las, evitando com que os ladrões carregassem peças chamativas na fuga.
O grupo utilizou uma van sem placas visíveis nas imagens divulgadas. A exposição reúne peças de alto valor de mercado, o que reforça a possibilidade de encomenda direta e atuação de quadrilhas especializadas em arte. O caso foi registrado pelo 2º DP e será apurado pela unidade Cerco, responsável por crimes de maior complexidade. Até a noite de domingo, nenhum suspeito havia sido identificado e as obras permaneciam desaparecidas.




