Israel retoma ataques em Rafah após acusar Hamas de romper cessar-fogo

0
8
O movimento palestino advertiu que a escalada “ameaça encerrar de vez a trégua humanitária” mediada por Egito e Catar. Foto RS/Fotos Publicas

Netanyahu ordena fechamento da passagem fronteiriça e promete “medidas enérgicas”; Hamas nega violação do acordo e alerta para colapso da trégua humanitária


Por Sandra Venancio

O Exército de Israel lançou ataques aéreos neste domingo (19) contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, alegando que o grupo palestino Hamas rompeu o acordo de cessar-fogo firmado no início de outubro. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ter autorizado “medidas enérgicas” contra o que classificou como “alvos terroristas”.

>> Siga o canal do Jornal Local no WhatsApp

O Hamas negou as acusações, afirmando que permanece comprometido com o armistício e acusando Israel de utilizar o pretexto de uma violação inexistente para retomar as ofensivas. O movimento palestino advertiu que a escalada “ameaça encerrar de vez a trégua humanitária” mediada por Egito e Catar.

Em comunicado oficial, o gabinete de Netanyahu informou que a decisão foi tomada após consultas com o ministro da Defesa e altos funcionários de segurança. “O primeiro-ministro determinou que a passagem de Rafah permaneça fechada até novo aviso. Sua reabertura será considerada com base no cumprimento do Hamas de sua parte no acordo”, diz a nota.

O bloqueio do ponto de passagem de Rafah, fronteira entre Gaza e o Egito, preocupa agências humanitárias internacionais, que pedem a reabertura imediata da rota. A travessia é vital para a entrada de alimentos, combustível e medicamentos destinados à população de Gaza, que enfrenta colapso de infraestrutura e escassez de recursos.

O Hamas alertou que a decisão israelense “atrasará significativamente” os trabalhos de recuperação de corpos sob os escombros e dificultará a entrega de ajuda.

Conflito prolongado

Desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, o conflito já deixou mais de 68 mil mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local — números considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mais da metade das vítimas são mulheres e crianças.

Do lado israelense, 1.221 pessoas morreram nos ataques iniciais, a maioria civis.

O cessar-fogo, que havia reduzido os confrontos nas últimas semanas, enfrenta agora seu ponto mais crítico desde a assinatura. Enquanto Israel acusa o Hamas de descumprir o acordo, o grupo palestino insiste que as ações militares israelenses e o bloqueio de Rafah representam uma violação direta da trégua — e podem reacender o conflito em larga escala na região.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui