Interceptação em águas internacionais deixou 15 brasileiros detidos, entre eles a deputada Luizianne Lins; Itamaraty fala em grave violação ao direito internacional
Por Sandra Venancio – Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota nesta quinta-feira (2) condenando “nos mais fortes termos” a interceptação, em águas internacionais, da “Flotilha Global Sumud” por forças israelenses. O governo brasileiro classificou a ação como “ilegal e arbitrária” e cobrou a imediata libertação de ativistas pacíficos, entre eles 15 brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
Segundo o Itamaraty, mais de 400 ativistas estão sem paradeiro após a operação, e 12 brasileiros permanecem detidos. A embarcação tinha como objetivo entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
“Tendo em vista o caráter pacífico da flotilha e seu objetivo humanitário, sua interceptação constitui grave violação ao direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), que consagra a liberdade de navegação”, afirmou a chancelaria.
🇧🇷🇵🇸🇮🇱🏴☠️ O momento em que o ativista brasileiro Thiago Ávila @thiagoavilabr enfrenta de cabeça erguida os terroristas do exército imoral de “israel”, pouco antes da interceptação e sequestro da tripulação do barco Alma. pic.twitter.com/oiIwJ0ggBP
O governo brasileiro informou que já notificou formalmente Israel sobre sua “inconformidade” e acionou as embaixadas em Tel Aviv e em Brasília para acompanhar a situação.
VIOLAÇÃO CONTRA AJUDA HUMANITÁRIA PARA GAZA | O governo do Brasil emitiu nota afirmando que acompanha com preocupação a interceptação pela marinha israelense de embarcações da “Flotilha Global Sumud”, que contam com presença de cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares. pic.twitter.com/qhVooGDtTf
Quem são os brasileiros detidos Entre os 15 brasileiros estão ativistas de direitos humanos, representantes de ONGs e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). Pelo menos 12 seguem sob custódia de Israel.
O que é a flotilha A “Flotilha Global Sumud” reúne mais de 400 ativistas de 30 países. O grupo partiu em missão pacífica para entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em meio à crise humanitária agravada pelo bloqueio israelense.
O que diz o Brasil O Itamaraty afirma que a interceptação viola a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que garante liberdade de navegação em águas internacionais, e exige a libertação imediata dos cidadãos brasileiros.
Qual o posicionamento de Israel Até o momento, autoridades israelenses confirmaram a interceptação, alegando “questões de segurança” e “prevenção ao apoio ao Hamas”, mas não detalharam a situação dos detidos.