
“Todos nós artistas brigamos muito pelo teatro”, diz a atriz Deborah Secco que está comemorando 30 anos de carreira e estrelando um monólogo onde interpreta 34 personagens femininas. A estreia nacional de “Uma noite dessas”, do autor e diretor teatral Hamilton Vaz Pereira, aconteceu no Teatro Iguatemi, Campinas, na noite de 14 de julho.
A temporada de dois finais de semana no interior de São Paulo é um momento novo em sua vida artística. “É desafiador fazer esse monologo com tantas personagens fortes”, comentou a atriz em entrevista concedida no Colégio Oficina, dois dias antes de estrear. A resposta veio quase imediatamente. “Foi mais difícil aceitar fazer Bruna Surfistinha, demorei em responder”, conta, cujo papel lhe rendeu o premio da APCA e criticas incentivadoras.
Desafio que transforma, ensina. No palco, pondo a prova a sua experiência de 30 anos nas artes acumulada no teatro, cinema e televisão. Diz que conseguiu um período de um ano longe da televisão. Esse tempo será destinado a essa produção que pretende levar a outras praças e para curtir a Maria Flor, sua filha, companheira de coxia, dos ensaios e dos momentos de descanso.
“Ela gosta de me ver atuar. Fica quietinha, prestando atenção. Gosta do ambiente do teatro, daquela coisa toda”. Mas como nem sempre é possível conciliar a vida de mãe com os contratos de atriz. “Foi muito difícil abraçar essa peça e deixar de estar com Maria Flor mas percebo que ela começa a entender tudo isso.”.
Dezessete dias. Esse foi o primeiro embate desafiador em decorar o monólogo. Horas de ensaio das mais de 30 personagens, “Antes tudo girava em torno de mim, agora minhas escolhas são para ela”. A atriz prefere assim: a filha cresça, digamos, dentro do teatro. A TV e o cinema têm um prazo curto, acaba logo, porém atuar em um monólogo é o maior dos desafios.
Deborah acabou de gravar “Mulheres Alteradas”, filme inspirado no HQ argentino Maitena Burundarena, com direção de Luis Pinheiro. Na fita ela está ao lado de Alessandra Negrini, Maria Casadevall, Monica Iozzi, Sergio Guizé, entre outros.
Deborah Fialho Secco Moura nasceu no Rio de Janeiro em 26 de novembro de 1979. Começou cedo, aos 8 anos de idade, fazendo publicidade em TV. Estreou como atriz dois anos depois, no espetáculo “Brincando de Era Uma Vez” e, no ano seguinte, participou da sua primeira novela, Mico Preto (Rede Globo).
No teatro, atuou nas peças “Sapatinhos Vermelhos”, que lhe rendeu a indicação ao Prêmio Coca-Cola de Teatro na categoria de Melhor Atriz Revelação, “O Soldadinho de Chumbo” e “A Roupa Nova do Imperador”.
Deborah interpretou personagens marcantes na televisão – de doces mocinhas a vilãs -, em novelas que foram sucesso, como “A Próxima Vítima”, “Laços de Família”, “Celebridade”, “América”, “A Favorita”, “Insensato Coração”, “Boogie Oogie”, além de diversas séries, entre elas, “As Cariocas”. No cinema, estrelou os filmes “A Cartomante”, “Caramuru” e “Bruna Surfistinha”, pelo qual recebeu o Prêmio APCA de melhor atriz, “Boa Sorte” e “Estrada do Diabo”.