Mais de 2 mil migrantes chegaram a Lampedusa nas últimas 24 horas, num total de 20 embarcações, o que levou as autoridades da ilha, situada no sul da Itália, a pedir ajuda ao primeiro-ministro, Mário Draghi.
No total, 2.128 pessoas chegaram à ilha em vários grupos de migrantes e foram socorridos pela Capitania do porto e pela Guarda Costeira.
Durante a última noite, chegaram a Lampedusa 635 pessoas a bordo de quatro embarcações e, pouco antes da meia-noite, as autoridades marítimas salvaram um barco de pesca com 352 migrantes, que se encontrava a 14 quilômetros da costa.
O centro de recepção de Lampedusa, que pode acomodar cerca de 200 pessoas, está cheio e muitos dos migrantes estão à espera na doca de Favarolo, para serem transferidos a outros locais ou para embarcações de passageiros que o governo italiano providenciou a fim de que passem a quarentena.
A organização não governamental Alarm Phone avisou, nesse domingo (9) à noite que várias embarcações estavam na zona do Canal da Sicília à espera de ajuda.
“Há ainda vários pedidos de ajuda no Mediterrâneo. Não se pode ignorar o que tem se passado há algum tempo”, escreveu a porta-voz na Itália do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Carlotta Sami, na rede social Twitter.
O presidente da Câmara de Lampedusa, Totò Martello, já lançou o aviso ao primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi, e defende uma intervenção e a realização de “um diálogo” com os países norte -africanos, dando prioridade à Líbia.
“Compreendo que a prioridade de Draghi é a pandemia de covid-19 e a crise econômica, mas as emergências, quando se pode, como no caso dos migrantes, é preciso preveni-las. A Itália tem de construir uma estratégia. O [primeiro-ministro] tem de se mexer ou corremos o risco de, até o final do verão, 50 mil chegarem a essa ilha”, disse Martello.
O secretário-geral do partido de extrema-direita Liga Norte, Matteo Salvini, que faz parte do governo de unidade nacional que apoia Draghi, pediu uma reunião urgente para discutir a questão dos fluxos migratórios.
A ministra do Interior, Luciana Lamorgese, entrou ontem em contato com o primeiro-ministro e pediu que colocasse a questão da migração no topo da agenda do próximo Conselho de Ministros.
Este ano, mais de 11 mil migrantes chegaram à Itália, o triplo do mesmo período do ano passado.