
Perto de três mil pessoas compareceram, na última terça-feira (dia 30/08), no ato de desagravo ao jornalista Glenn Greenwald, do “The Intercept”, promovido pela Associação Brasileira de Imprensa. Foi a maior manifestação em defesa da Liberdade de Imprensa já promovida pela centenária ABI.
O ato que contou com a participação de todas as instituições comprometida com a defesa da Democracia e a maioria dos partidos políticos progressistas do País. Até mesmo, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), gravou um vídeo, especialmente, para aquele evento. Através dele defendeu, de maneira contundente, o direito ao sigilo da fonte e à liberdade de expressão.
Veículos da grande imprensa mundial como: “The Washington Post” e “The Charlotte Observer”” noticiaram, com destaques, em seus sites o que aconteceu nesta memorável terça-feira na “Casa Jornalistas”. O recém empossado presidente da ABI, Paulo Jerônimo, acentuou que “todos os profissionais de comunicação que atuam no Brasil, depois desta manifestação, entenderam que agora voltamos a ter uma trincheira para lutar pelo direito de informar e ser informado”.
O vice-presidente, Cid Benjamin, que atuou como o apresentador do evento, ressaltou o esforço e o empenho de todos os demais diretores da instituição que ajudaram na organização de uma manifestação que superou todas as previsões iniciais. “Conseguimos provar que esta Casa tem condições de lutar pela democracia de maneira ordenada e em alto nível”.
30/07/2019 Ato em defesa de Glenn Greenwald na ABI. Paulo Jerônimo de Sousa (Pagê), Presidente da ABI, Grenn e Cid Benjamin. Na coletiva. Foto Marcos Tristão
Em suas falas, o compositor Chico Buarque de Holanda e o ator e diretor de cinema Wagner Moura ressaltaram a importância da sociedade civil brasileira – como é o caso da ABI – estar se articulando para defender o cidadão dos ataques diários em suas conquistas elementares. A começar pelo direito de ser informado.
Durante o evento, Glenn Greenwald e toda a equipe do “The Intercept” decidiram se filiar a ABI e juntar forças na luta pela liberdade de imprensa. Mais do que isso: Glenn reafirmou que “jamais irá sair – e muito menos – fugir do Brasil”.
Para os associados que não conseguiram comparecer, o site oficial da ABI transmitiu através da Internet, em parceria com o “The Intercept”, o evento de quatro horas ao vivo.
Entre jornalistas, juristas, artistas, líderes sindicais e representantes da sociedade civil organizada mais de 20 pessoas tiveram oportunidade de prestar solidariedade a Glenn Greenwald. Mas, também aproveitaram protestar contra a desconstrução que vem acontecendo, atualmente, no que diz respeito às conquistas sociais do povo brasileiro.
Um dos destaques ficou por conta da carta enviada de Curitiba, pelo conselheiro da ABI, José Augusto Ribeiro, cujo conteúdo, na integra vai reproduzido abaixo. Nela, Ribeiro, agradece a Glenn a oportunidade de contribuir pelo renascimento da ABI de Barbosa Lima Sobrinho e tantos outros democratas que fizeram a história da centenária ABI.
Algo em torno de 2 mil pessoas não conseguiram entrar no auditório do 9º andar. Acompanharam o ato por um telão. Deram uma emocionante demonstração de compreensão e solidariedade à ABI. Ninguém protestou por não poder entrar . Ao contrário. Muitos fizeram questão de elogiar a nova diretoria pela iniciativa.
Durante quatro meses a diretoria liderada por Paulo Jerônimo e Cid Benjamin lutou para assumir o comando da ABI. O principal item de sua plataforma de campanha foi o resgate de uma ABI combativa e comprometida com a Democracia e sobretudo com a Liberdade de Imprensa. O velório em sua de dos jornalistas Paulo Henrique Amorim e Rogério Daflon foram as primeiras demonstrações desse compromisso.
O evento com Glenn Greenwald já está sendo considerado como a retomada da centenária ABI – ao lado de entidades como OAB, CNBB, Clube de Engenharia e tantas outras – na defesa intransigente da Democracia.