Uma equipe de pesquisadores e estudantes do Instituto de Botânica, de São Paulo, está monitorando a qualidade do ar em algumas cidades da Região Metropolitana de Campinas. O objetivo geral deste trabalho é avaliar os efeitos da poluição atmosférica gerada pelas atividades antrópicas (de origem humana) sobre fragmentos florestais.
Entre os locais estudados está a Mata Santa Genebra. A importância da décima maior Unidade de Conservação do país, uma das remanescentes de Mata Atlântica, foi determinante para a escolha dos biólogos. Sem contar a sua rica flora e os dados científicos disponíveis provenientes de trabalhos de outros grupos de pesquisa.
Para a realização dos estudos, os pesquisadores utilizam a metodologia do biomonitoramento ativo, onde variedades específicas de espécies vegetais, cultivadas em condições padronizadas, respondem a determinados poluentes aéreos, e a metodologia do biomonitoramento passivo no qual espécies vegetais da flora local são avaliadas. O projeto foi iniciado em junho de 2009 e tem previsão de término no primeiro trimestre de 2014.
A frequência de visita na Mata é quinzenal para a realização do biomonitoramento ativo e semestral para o biomonitoramento passivo. No primeiro caso, os biólogos utilizam bromélias (Tillandsia usneoide e Aechmea fasciata), tabaco (Nicotiana tabacum Bel W-3), azevém (Lolium multiflorum ssp. italicum cv. Lema) e goiabeiras (Psidium guajava ‘Paluma’) que são expostas nas adjacências da floresta de 15 dias a até 3 meses, dependendo da espécie.
Para acompanhamento das variáveis climáticas, o grupo instalou na Unidade de Conservação de Campinas alguns coletores de deposição seca e úmida e uma mini estação meteorológica. Já a qualidade do ar é monitorada com amostradores passivos para NO2 (poluente dióxido de nitrogênio) e O3 (poluente ozônio).
No interior da Mata, os pesquisadores fazem a coleta de algumas espécies arbóreas assim como de solo e de serapilheira, nome dado à camada formada pelo acúmulo de matéria orgânica morta que reveste o solo. Neste caso, os biólogos permanecem de uma a até três semanas no local para concluir a pesquisa.
Poluição maior desde 2004
A qualidade do ar piorou, nos últimos oito anos, em São Paulo, como aponta a pesquisa realizada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) do Estado. Apesar do número elevado de chuvas e a implantação da inspeção veicular, os registros de poluição não diminuíram.
Na capital paulista, o número de dias em que a qualidade do ar piorou aumentou 146%, isso só nos primeiros sete meses do ano passado.
O Ministério do Meio Ambiente reforça a solicitação de ampliar planos de ação para a inspeção veicular em mais estados pelo Brasil. Hoje, apenas São Paulo e Rio Janeiro cumprem esta medida.