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terça-feira, outubro 28, 2025
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Megaoperação no Rio mobiliza 2,5 mil agentes contra avanço do Comando Vermelho

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Ação nas comunidades do Alemão e da Penha deixa quatro mortos e expõe a escalada de violência e controle territorial na Zona Norte

Por Sandra Venancio

Pelo menos 2,5 mil agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro participaram, nesta terça-feira (28), de uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa em atividade no estado. A ofensiva, batizada de Operação Contenção, tem como objetivo frear o avanço do grupo sobre novas áreas e desarticular lideranças escondidas em complexos de favelas da Zona Norte.

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A ação concentrou-se nos complexos do Alemão e da Penha, que reúnem 26 comunidades interligadas e são considerados redutos estratégicos da facção. Segundo as investigações, chefes do CV utilizam o local como centro logístico e de comando das rotas de tráfico, com estruturas armadas que dificultam o acesso das forças policiais.

A ação concentrou-se nos complexos do Alemão e da Penha, que reúnem 26 comunidades interligadas e são considerados redutos estratégicos da facção. Foto Fernando Frazão/Agencia Brasil

Desde as primeiras horas da manhã, moradores relataram intensos tiroteios e incêndios provocados por barricadas erguidas pelos criminosos. Colunas de fumaça podiam ser vistas de diversos pontos da cidade, e escolas e unidades de saúde suspenderam o atendimento. Até o fim da tarde, quatro suspeitos haviam morrido em confrontos com a polícia.

O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a operação foi planejada integralmente pelas forças estaduais, sem o apoio do governo federal. “Toda a logística é do próprio estado. Estamos enfrentando aproximadamente nove milhões de metros quadrados de desordem, controlados por facções criminosas”, declarou.

De acordo com o governo fluminense, a Operação Contenção é uma iniciativa permanente, com fases que incluem mapeamento aéreo, ocupação tática e ações de inteligência voltadas à identificação de líderes e fluxos financeiros do tráfico. Desde o início da ofensiva, há dois meses, dezenas de fuzis, granadas e toneladas de entorpecentes foram apreendidos.

Organizações civis e moradores, porém, denunciam os impactos das incursões sobre a população local. Escolas continuam fechadas, o transporte público opera com restrições e há registros de interrupção de energia e internet em várias regiões. Especialistas em segurança apontam que a ausência de políticas sociais e urbanas contínuas nas áreas de conflito torna as operações policiais apenas paliativas, sem efeito duradouro sobre o domínio das facções.

Com o avanço das investigações, a Secretaria de Segurança informou que novas etapas da operação estão previstas para as próximas semanas, em diferentes regiões do estado.

Balanço parcial:

  • 4 suspeitos haviam sido mortos em confronto. Dois eram da Bahia; outro, do Espírito Santo.
  • 23 homens foram presos — 4 foram baleados e internados sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
  • Um policial do Bope foi baleado de raspão na perna.
  • 3 inocentes foram baleados: um homem em situação de rua foi atingido nas costas por uma bala perdida e levado para o Getúlio Vargas.; uma mulher que estava na academia também foi ferida e socorrida pelo marido; e um homem que estava num ferro-velho.
  • Policiais apreenderam 10 fuzis, 2 pistola e 9 motos.

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