17.9 C
Campinas
sexta-feira, junho 27, 2025

Milei massacra povo com recessão; carne e leite somem da mesa dos argentinos

Data:

Após quase seis meses de desmonte de políticas sociais, o governo do extremista de direita Javier Milei, o “Bolsonaro” argentino, alardeou recentemente uma redução da inflação (de 25,5% em dezembro para 8,8% em abril), resultado do “maior ajuste da história”. O preço, no entanto, saiu caro demais para a população. Em decorrência de um arrocho fiscal que cortou os gastos públicos em 13% do PIB nos primeiros três meses de governo, o massacre ultraneoliberal de Milei sobre o povo argentino já retirou mais de 34% do poder de compra do salário mínimo, segundo o Centro de Pesquisa e Formação da Central de Trabalhadores da Argentina (Cifra-CTA, na sigla em espanhol).

A desvalorização do peso argentino pela metade, somada ao congelamento dos salários e aposentadorias, sempre atrás da inflação, derrubou o consumo. O país também vive uma explosão dos preços de bens e serviços. Como consequência, produtos essenciais para as famílias sumiram da mesa do povo argentino, como a carne e o leite.

O consumo de carne no país caiu 18,5% em março, segundo a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra). No acumulado do primeiro trimestre, o índice, de 17,6%, foi o menor em 30 anos.

O ataque desumano de Milei – cujo desprezo pela população mais vulnerável se compara ao de Paulo Guedes, o ex-ministro banqueiro da Economia de Bolsonaro – exauriu a renda da população. Não à toa, o “ajuste” provocou uma aumento de nada menos do que 123% no preço do leite entre os meses de dezembro e março. Com isso, o consumo de laticínios caiu 18,7% no primeiro trimestre.

Até a erva-mate, uma espécie de instituição nacional e carro-chefe dos costumes locais, sofreu uma queda abrupta de 30% no consumo no mês de março, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional da Erva-Mate.

Queda do PIB materializa tragédia de Milei

Na Argentina, o aumento da pobreza e da miséria expõe as vísceras de um modelo falido de neoliberalismo, responsável por aprofundar desigualdades sociais às custas da privatização de serviços essenciais ao bem-estar da população e de cortes em investimentos públicos, aos moldes do que fizeram Bolsonaro e Guedes no Brasil.

Na semana passada, o desastre foi materializado com a divulgação do PIB do primeiro trimestre, que despencou 5,3% na comparação ao mesmo período do ano passado. Só no mês de março, o tombo foi de 8,4%.

Do mesmo modo, o índice de pobreza no país agora está em 55%. 18% da população vive em estado de miséria absoluta, indicador mais do que o dobro de um ano atrás. Esse mergulho ao abismo vem mexendo profundamente com os brios do povo argentino, acostumado a recorrer a protestos em massa para transformar a realidade social.

O mais recente teve início há duas semanas, na província de Missiones, na fronteira com o Brasil. Segundo relatos da imprensa, professores, policiais, médicos, enfermeiros e outras categorias do serviço público estão mobilizados na região, exigindo a reposição de perdas salariais por causa de uma inflação completamente fora de controle de quase 300% em um ano.

temor é que as manifestações locais desencadeiem uma onda nacional de protestos, elevando ainda mais a tensão no país e abalando a estabilidade institucional de Milei. Apesar de o extremista manter o mesmo índice de aprovação e desaprovação (48%), 75% da população considera que o “ajuste” econômico promovido pelo governo está caindo sobre as costas do trabalhador argentino.

Setor produtivo é afetado e exportações brasileiras caem

O resultado desastroso revela ainda um acelerado desmantelamento da cadeia produtiva nacional, hoje sob ameaça de ficar paralisada. A indústria, por exemplo, sofre até com os cortes no fornecimento de gás determinados por Milei.

As exportações brasileiras para a Argentina sofreram um baque, caindo 30% entre janeiro e abril, em comparação ao mesmo quadrimestre de 2023. Acessórios para veículos caíram 25%. “Um agravante é que o ramo automobilístico, que é importante nas relações comerciais destes países, exige condições adequadas de financiamento e confiança dos seus consumidores para que sua demanda se efetive. A instabilidade do mercado argentino tende a adiar ou bloquear decisões de compra desses produtos”, declarou à Folha de S. Paulo o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Com um poço que parece não ter fundo, fica a pergunta: até quando os argentinos conseguirão suportar a catástrofe econômica e social de Milei, o arauto ultraliberal do capital financeiro disfarçado de “libertário”?

Da Redação, com BBC BrasilValor, Folha

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_imgspot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Rei Charles parabeniza Lula e Marina pela proteção das florestas

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima,...

Brasil firma cooperação com Irã para políticas de trabalho

O ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Luiz...

Após ataque dos EUA, Irã confirma que instalações nucleares foram danidficadas danificadas

Teerã, 25 – O governo do Irã declarou nesta...

Brasileira continua à espera de resgate na Indonésia depois de 4 dias

A brasileira Juliana Marins, que se acidentou em um...
Jornal Local
Política de Privacidade

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) já está em vigor no Brasil. Além de definir regras e deveres para quem usa dados pessoais, a LGPD também provê novos direitos para você, titular de dados pessoais.

O Blog Jornalocal tem o compromisso com a transparência, a privacidade e a segurança dos dados de seus clientes durante todo o processo de interação com nosso site.

Os dados cadastrais dos clientes não são divulgados para terceiros, exceto quando necessários para o processo de entrega, para cobrança ou participação em promoções solicitadas pelos clientes. Seus dados pessoais são peça fundamental para que o pedido chegue em segurança na sua casa, de acordo com o prazo de entrega estipulado.

O Blog Jornalocal usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Confira nossa política de privacidade: https://jornalocal.com.br/termos/#privacidade