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sexta-feira, novembro 22, 2024

Moradores do Beco Mokarzel se revoltam com a Prefeitura.

Data:

Morador acompanha a demolição dos barracos do Beco Mokarzel

Os moradores do Beco Mokarzel se revoltaram com a interdição e demolição das casas do local. No Beco 2, 15 casas foram demolidas e as famílias foram encaminhadas para um abrigo na instituição Cândido Ferreira. Seus pertences foram levados a um galpão na Estação de Tratamento de Esgoto Anhumas.

Marco Antonio Pires morava no local há 29 anos e lamenta a situação. Segundo ele, com o auxílio moradia de R$350,00 não haverá condições para morar em Sousas. Ele também afirma que já foi retirado quatro vezes do local, mas, por não ter para onde ir, sempre voltou: “Das outras vezes prometeram o auxílio moradia e nunca pagaram”.

Reclamação parecida é da moradora Regina Martins, que viveu durante 30 anos no Beco, ela afirma que foi retirada do local há seis meses e até agora não recebeu nenhuma verba da Prefeitura.

Juliana de Oliveira Godoy teve sua casa demolida na quinta-feira, 13. Para ela, os moradores de classes sociais mais altas de Sousas estão comemorando a demolição das casas: “Quando eles precisam de empregada doméstica eles contratam a gente, mas ficam falando que aqui no Beco só mora bandido”. Ela também reivindicou uma cópia do pedido do auxílio moradia. As funcionárias da secretaria de Habitação informaram que nenhum morador recebeu este documento, apenas uma via do documento de adesão à retirada foram entregues a eles.

O subprefeito de Sousas, Lucrécio Raimundo, foi aplaudido ironicamente quando chegou ao local. Os moradores mostravam-se insatisfeitos com sua administração e reivindicavam melhores condições nos abrigos da Prefeitura.

“Nós queremos nossas casas, mas nos jogaram em um abrigo que nem animais. A gente tem contas, nossas vidas. Eu morava há 12 anos aqui.” disse a moradora Iramar Amorim com lágrimas nos olhos.

No Beco Mokarzel, 35 famílias residem em áreas de risco, nenhuma delas assinou o termo de retirada. Com isso, a demolição das casas não foi iniciada nesta sexta-feira. Segundo Juliana Corsi, coordenadora de Habitação, a situação será levada à Prefeitura.

Uma moradora tentava ligar para os Direitos Humanos: “Como vão tirar 50 famílias daqui, sem dar nenhum aviso prévio. Ameaçaram tirar os filhos das pessoas que não quiseram sair daqui”. Alguns moradores ameaçaram queimar colchões como meio de protesto: “Tem que queimar lá na estrada que vai para o San Conrado, para incomodar os ricos”. Após o anúncio de que a demolição não aconteceria na sexta-feira, algumas pessoas comemoraram: “Nós vamos ficar! Nós vamos ficar!” disse uma moradora emocionada.

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