Especialista Écio Fábio Souza alerta para a necessidade da suplementação mineral ao longo da vida
A nutrição ideal de qualquer pessoa inclui, além dos macronutrientes como açúcares, proteínas e gorduras, os micronutrientes, entre eles as vitaminas e os sais minerais. Nas mulheres, existem variações dessas necessidades, influenciadas pela idade e por mudanças hormonais nos diversos períodos de vida: adolescência, menstruação, gravidez, lactação e climatério. Além dos fatores hormonais, a carência de minerais no organismo feminino está relacionada, principalmente, à baixa ingestão do elemento na dieta alimentar. Entre os minerais benéficos para a mulher destacam-se cálcio, ferro, fósforo, sódio, potássio, cobre, zinco, magnésio, selênio e iodo.
Dr. Écio Fábio Souza, estudioso há 10 anos da formação orgânica da população brasileira e pesquisador da mineralização humana, explica que a deficiência de minerais no solo que produz os alimentos, o processo de refino, a industrialização das matérias-primas naturais, a vida agitada e a falta de critério ao se alimentar fazem com que a necessidade da suplementação de minerais seja emergencial. “No Brasil, uma em cada três mulheres acima de 50 anos de idade apresenta alta predisposição a ocorrência de fratura causada pela osteoporose”, diz Écio.
Para que os minerais sejam repostos no organismo feminino, deve ser iniciada a reeducação alimentar e, de acordo com o momento da vida, a implementação de suplementos minerais. Por exemplo, durante o período menstrual, há necessidade de repor o ferro perdido através do sangue, mineral fundamental para formação dos glóbulos vermelhos. Já na menopausa, há uma perda significativa de fósforo e cálcio, minerais fundamentais para a formação dos ossos.
“Não existem evidências científicas para o uso de minerais como forma de tratamento desses sintomas, mas a suplementação de cálcio e fósforo é adequada para prevenção da osteoporose, que pode ocorrer pela aceleração da perda óssea causada pela queda dos níveis hormonais (estrogênio)”, explica o médico ginecologista Odair Albano.
De acordo com o último relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foi descoberto e relatado que a falta de minerais e vitaminas que deveriam estar presentes na dieta das pessoas está prejudicando a saúde de um terço da população mundial e atrasando o desenvolvimento econômico no hemisfério Sul. Alguns dos dados descritos fazem referência às mulheres e à falta de determinados sais minerais durante a gravidez, como o iodo, podendo causar a debilidade mental de 20 milhões de bebês; o ferro, causando anemia e podendo levar à morte de aproximadamente 50 mil mulheres durante o momento do parto, além da falta de ácido fólico, que pode causar 200 mil sérios defeitos de nascença, dentre eles a má formação do sistema nervoso do bebê.
O relatório também cita que, principalmente nas mulheres, os efeitos da falta de vitaminas e minerais é “imperceptível e ardiloso”. “Portanto, a mudança dos hábitos alimentares e o acompanhamento através de check-ups e de exames de sangue são de extrema importância. Aliado a isso, não podemos esquecer que também contamos com o uso de alimentos e suplementos minerais e vitamínicos”, lembra Écio.
