A equipe de pesquisadores do Museu da Cidade, Unicamp e Sirius, pretende realizar reuniões de trabalho para análise dos dados extraídos no processo de pesquisa e realizar a difusão pública, seja através de relatórios, seminários, publicações ou exposições.
O Museu da Cidade e o Laboratório Sirius firmaram uma parceria para pesquisas de fragmentos arqueológicos encontrados na região de Campinas na década de 1970. Os trabalhos, sob orientação de pesquisadores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/Unicamp), tiveram início em junho. O projeto é pioneiro nesta temática arqueológica e envolvendo a área de humanas.
As pesquisas estão sendo realizadas na Linha de Luz Carnaubas do Sirius. Os fragmentos arqueológicos pesquisados são compostos de cerâmica ornamentada com grafismos na superfície. Esses fragmentos foram preparados e alocados na estação de microfoco desta linha, para serem analisados com o feixe de luz de alto brilho do acelerador de partículas.
A linha Carnaúba do Sirius é uma nanossonda que trabalha com a energia na forma de raios X, capaz de fornecer detalhes da composição dos materiais. Através das técnicas de fluorescência e de absorção de raios X, a linha foi capaz de fornecer detalhes na composição superficial e da profundidade das cerâmicas, inclusive sobre quais elementos químicos compõem os pigmentos das tintas que os antigos indígenas utilizaram para pintar os materiais.
Através dos resultados obtidos também foi possível imaginar se o material utilizado na fabricação das tintas teve a mesma proveniência do material do qual foram feitas as cerâmicas.
A equipe de pesquisadores do Museu da Cidade, Unicamp e Sirius, pretende realizar reuniões de trabalho para análise dos dados extraídos no processo de pesquisa e realizar a difusão pública, seja através de relatórios, seminários, publicações ou exposições.
Participantes
O Museu Elisabeth Aytai, de Monte Mor, foi convidado a participar com um de seus fragmentos arqueológicos, muito semelhante ao analisado pelo Museu da Cidade. Ambos fragmentos foram descobertos pelo arqueólogo Desidério Aytai, na década de 1970, na região de Campinas.
O projeto foi proposto pela equipe multidisciplinar do Museu da Cidade e pesquisadores da Unicamp, sendo o proponente, Filipe Silva, pós-doutorando, e a orientanda, Sofia Helena Cardoso Rodrigues, sob a orientação do professor Pedro Paulo Funari (IFCH/Unicamp).
O Laboratório Sirius disponibilizou o pesquisador responsável pela Linha Carnaúba, Douglas Galante para acompanhar o processo, assim como a pesquisadora e paleontóloga, Flávia Callefo.
Sobre o Sirius
O Sirius, o acelerador de partículas brasileiro, é uma fonte de Luz Síncrotron de quarta geração, o que há de mais moderno na geração desse tipo de luz no mundo.