O cerco se fecha cada vez mais contra Jair Bolsonaro, e seu destino atrás das grades parece estar selado. Ele e outros golpistas foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações, no inquérito que apura a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.
O crime de associação criminosa prevê pena de 1 a 3 anos de prisão. O de inserção de dados falsos em sistema de informações, de 2 a 12 anos.
Com o indiciamento, a PF demonstra que já há elementos suficientes para apontar responsáveis por um crime. A partir de agora, o caso está com o Ministério Público Federal (MPF), que vai decidir se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva o inquérito. Se a denúncia for apresentada e aceita pela Justiça, os acusados passarão à condição de réus e serão julgados.
Além de Bolsonaro, outras 16 pessoas foram indiciadas, como o tenente-coronel Mauro Cid – seu ex-ajudante de ordens – e o deputado federal Gutemberg Reis. O militar foi indiciado também por uso indevido de documento falso.
Plano golpista
Os crimes pelos quais Bolsonaro e integrantes de seu bando foram indiciados estão inseridos no contexto da tentativa de golpe de Estado que é investigada em um outro inquérito, este no Supremo Tribunal Federal (STF), a cargo do ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o inquérito do STF, conduzido também pela PF, Bolsonaro determinou a falsificação dos certificados de vacinação dele e da filha para os dois conseguirem entrar nos Estados Unidos. Pelo plano golpista, a saída do Brasil tinha o objetivo de criar um álibi para Bolsonaro durante os ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023.