Procuradoria recomenda monitoramento em tempo integral, mas sem invadir rotina doméstica do ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar
Por Sandra Venancio – Foto Tomas Silva/Agencia Brasil
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta segunda-feira (25) parecer ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendendo o reforço do policiamento nos arredores da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília.
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O parecer foi produzido após Moraes receber uma cópia do pedido inicial feito pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. Segundo o parlamentar, a medida seria necessária para garantir a “aplicação da lei penal” diante das restrições impostas ao ex-presidente.
Na manifestação, a PGR afirmou que a PF poderá aumentar a vigilância no local e recomendou que sejam destacadas equipes de prontidão para monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas. A procuradoria ressaltou, no entanto, que a operação não pode ser “intrusiva da esfera domiciliar do réu” nem “perturbadora das suas relações de vizinhança”.
Julgamento marcado
Bolsonaro e outros sete aliados, acusados de integrar o chamado núcleo 1 da trama golpista, serão julgados no próximo dia 2 de setembro pela Primeira Turma do STF.
O ex-presidente está em prisão domiciliar desde o início do mês, usando tornozeleira eletrônica. A decisão foi determinada por Moraes após descumprimento das medidas cautelares que proibiam o uso de postagens em redes sociais por intermédio de terceiros.
Na semana passada, em outro inquérito, a Polícia Federal revelou que Bolsonaro tinha armazenado em seu celular um documento de pedido de asilo político destinado ao presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo a corporação, o arquivo datava de 2024. A defesa alegou que se tratava de um simples “rascunho”, negando qualquer tentativa de fuga.