A Policia Federal enviou uma nota à imprensa na qual diz que as investigações não conseguiram comprovar se o uso da quebra de sigilo de dados da Receita Federal tiveram, ou não, utilização em campanhas políticas.
Nos 120 dias de investigações a PF ouviu 37 pessoas em mais de 50 depoimentos e identificou que a quebra de sigilo de pessoas ligadas ao candidato tucano José Serra ocorreu entre setembro e outubro de 2009. O nome do jornalista Amaury Ribeiro Junior aparece entre aqueles que encomendavam os dados.
O jornalista trabalhou durante os 3 anos no jornal “O Estado de Minas”, considerado por muitos um veículo de imprensa bem próximo ao ex-governador Aécio Neves. O próprio Amaury Ribeiro Junior disse que tal dossiê era pra proteger o governador. Ribeiro Junior também faria parte do grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Roussef
Segundo a nota da Polícia Federal, o jornalista utilizou de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008.
Também em nota oficial, o presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra saiu em defesa de Aécio Neves. Ele afirmou que o ex-governador mineiro está junto com Serra “percorrendo o Brasil por um país mais ético e democrático.”. Para Guerra não é prática dos tucanos criar grupos de espionagem e também acusa o PT de usar a máquina pública nas eleições, inclusive a Polícia Federal.
Leia na íntegra a nota da Polícia Federal à Imprensa
NOTA À IMPRENSA
Brasília/DF – Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:
1- O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;
2- Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;
3- A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;
4- As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;
5- Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;
6- A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação.