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quarta-feira, dezembro 24, 2025
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Preço da carne pode fechar 2023 com maior queda desde 1994

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A boa notícia mais recente é que os preços das carnes no Brasil podem fechar 2023 com queda acumulada de mais de 10% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), segundo especialistas ouvidos em matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (19).

O veículo destaca que, até setembro de 2023, as carnes registraram deflação (queda) de 11,06% no acumulado de 12 meses do IPCA, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Já pelas projeções do banco Santander Brasil, a redução deve alcançar 11,35% no ano até dezembro. Por sua vez, a LCA Consultores prevê deflação de 10,75% para o mesmo período.

Apesar da diferença dos números, diz a matéria, as estimativas sinalizam que as carnes tendem a fechar 2023 com a maior queda no acumulado até dezembro desde o início do Plano Real, que entrou em circulação em julho de 1994 como parte de um esforço para combater a hiperinflação no Brasil. Trata-se de uma redução anual incomum na série histórica.

Desde o início do Real, a maior deflação das carnes no acumulado de um ano cheio ocorreu em 1995. À época, a baixa foi de 10,25%, menor do que as reduções esperadas por Santander Brasil e LCA em 2023.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, comemorou mais esse avanço. “LULA PROMETEU E CUMPRIU: preço da carne pode fechar 2023 com maior queda desde 1994! Prepara a brasa que o preço da carne despencou e vai cair mais! Até dezembro, o valor médio pode estar 11,35% mais barato que no ano passado”, afirmou o ministro, nas redes sociais.

https://twitter.com/Pimenta13Br/status/1714725280487490042?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1714725280487490042%7Ctwgr%5Ef26ab5a00226646f0fa319dbc7691b6b3e29238f%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fpt.org.br%2Fefeito-lula-preco-da-carne-pode-fechar-2023-com-maior-queda-desde-1994%2F

Maior oferta

Adriano Valladão, economista do Santander Brasil entrevistado pelo jornal, associa a queda da carne neste ano a um cenário de ampliação da oferta no mercado interno. “O ciclo pecuário foi bem positivo e se refletiu em uma oferta de carne colossal. Fez despencar o preço do boi gordo, o preço no atacado, e teve repasse para o varejo”, disse.

A notícia destaca que, de acordo com o IBGE, o abate de bovinos no país chegou a 8,36 milhões de cabeças no segundo trimestre. A alta foi de 12,6% ante o mesmo período de 2022 e de 13,4% em relação ao primeiro trimestre de 2023. “Também teve baixa nos preços de insumos usados na produção. A ração caiu muito. Isso ajudou, mas a explicação primária é a oferta”, afirmou Valladão.

Queda após disparada

Fábio Romão, economista sênior da LCA Consultores, também entrevistado para a matéria, faz avaliação semelhante. Ele diz que a maior disponibilidade de carne e a trégua dos custos produtivos estão relacionadas com a deflação no IPCA. Também chama atenção para o fato de que a queda, apesar de expressiva, devolve apenas uma parte dos avanços sentidos pelos consumidores em anos anteriores.

Em 2019, por exemplo, as carnes fecharam o ano com alta acumulada de 32,4% no IPCA, sob efeito do aumento das exportações.

Na comparação mensal, as carnes vêm em queda no IPCA desde janeiro de 2023, detalha o jornal. São nove meses consecutivos de deflação, até setembro, quando a baixa foi de 2,1%.

Fígado e filé-mignon recuam mais

No IPCA, conforme a notícia, a variação das carnes é calculada a partir de 18 cortes, a maioria de gado. Até setembro, 17 acumularam queda de preços em 12 meses. O fígado (-15,83%), o filé-mignon (-15,52%) e a capa de filé (-14,9%) registraram as baixas mais intensas. A única alta foi a da carne de carneiro (5,33%).

Já a picanha, um corte que costuma ser um dos mais caros nos supermercados, acumulou, em 12 meses até setembro, baixa de 9,56% no IPCA.

Alimentos derrubam inflação

As sucessivas quedas dos preços dos alimentos é um dos principais fatores que contribuem para a trajetória descendente da inflação no país, o que beneficia, principalmente, a parcela mais pobre da população. É o que mostra levantamento divulgado na terça-feira (17) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo o órgão, enquanto para as famílias de renda muito baixa houve deflação de 0,02% em setembro, o indicador avançou 0,57% entre as de renda alta. Essa foi a quarta queda consecutiva para o primeiro grupo. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda do mês passado manteve a tendência dos últimos meses, com taxas menores para as famílias mais pobres.

“Na comparação com agosto, os três segmentos de menor renda registraram desaceleração da inflação e os três de maior poder aquisitivo apresentaram taxas mais elevadas. Já no acumulado do ano até setembro, as famílias de renda muito baixa mantiveram a menor taxa de inflação (2,30%), enquanto a maior variação ocorreu nos domicílios de renda alta (4,38%)”, informou o Ipea.

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