Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (2) mostra que a reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) subiu de 33% para 38%. Ele segue como o presidente nesse período em primeiro mandato mais mal avaliado desde Collor (1990-92). A aprovação do governo passou de 33% para 29%, em relação ao último levantamento realizado no início de julho. Os que avaliam como regular oscilaram de 31% para 30%.
No Nordeste, o percentual daqueles que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu de 47% para 52%. Entre a população negra, os insatisfeitos aumentaram de 46% para 51%, e praticamente a metade dos desempregados (48%) também reprova o atual governo. Os ateus registraram a maior taxa de reprovação (76%).
O levantamento registrou a perda de apoio ao governo entre os mais ricos. Dentre aqueles com renda mensal superior a dez salários mínimos, a aprovação a Bolsonaro recuou de 52% para 37%. Na mesma faixa salarial, 46% reprovam a atuação do governo. O presidente registra o maior apoio entre empresários (48%), evangélicos neopentecostais (46%) e entre aqueles que ganham entre cinco e dez salários mínimos (39%). O apoio ao presidente também é maior na região centro-sul (37%).
A maioria dos eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno das eleições em 2018 (57%) avalia o governo como bom ou ótimo. Mas um em cada quatro dos que votaram se arrepende da escolha, o que garantiria uma “liderança apertada” ao petista Fernando Haddad, se as eleições fossem hoje, segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino. Entre os que apoiaram Haddad, a reprovação ao atual governo é de 69%.
A expectativa positiva em relação ao governo teve queda de 6%, passando de 51% para 46%. Cerca de um terço da população (32%) considera que Bolsonaro “nunca” se comporta de forma adequada para o cargo. Outros 23% dizem que ele se comporta de maneira adequada na minoria das vezes. Os que concordam com a conduta do presidente na maioria das ocasiões são 27%, e os que dizem que Bolsonaro “sempre” se comporta adequadamente são apenas 15%. Os que dizem nunca confiar no que diz o presidente somam 44%. Os que às vezes confiam são 36%. E os que sempre confiam, apenas 19%.
O Datafolha ouviu 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios,nos dias 29 e 30 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.