Apesar da queda de 13% nos boletins de ocorrência, realidade é mascarada pelo número de vítimas que não registram o crime
Por Sandra Venancio – Foto Reprodução
O roubo de celulares continua sendo uma das principais preocupações de segurança pública no país. Embora os boletins de ocorrência tenham registrado queda de 13% em 2025, especialistas alertam que os números oficiais não traduzem a realidade, já que grande parte das vítimas deixa de registrar o crime.
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Para o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e membro do Fórum de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, os dados revelam apenas a ponta do iceberg. “A queda de 13%, num cenário que é muito grande, não quer dizer muita coisa, mesmo porque a subnotificação é muito alta. As pessoas que tendem a fazer o boletim de ocorrência são aquelas que têm seguro. A grande maioria não faz”, afirma.
Além do valor de revenda, os aparelhos celulares têm sido alvo dos criminosos por funcionarem como uma extensão da vida financeira e pessoal dos usuários, armazenando informações bancárias, dados sensíveis e acessos digitais. “O celular hoje é como um caixa eletrônico portátil nas mãos do criminoso”, observa Alcadipani.
O especialista destaca ainda que o enfrentamento ao crime passa por diferentes frentes: “O patrulhamento tem que ser feito de forma mais inteligente, e precisa melhorar também a ação das polícias, principalmente na questão da receptação desses celulares. E, por fim, a gente precisa que o usuário não queira comprar mais barato, porque ele acaba fomentando o crime”.
Dados da SSP
Os números foram extraídos do site da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O levantamento considerou apenas ocorrências registradas em 2025, excluindo duplicidades. Casos de anos anteriores que, por algum motivo, foram lançados neste ano não entraram na conta.