O secretário municipal de cultura de Campinas, Ney Carrasco, falou à reportagem do Jornal Local sobre o embrião do projeto de criação do Centro de Estudos de Cultura Caipira e Arte Popular e ainda se vê entre um dilema: em qual ponto da cidade deve ser instalado, se no distrito de Sousas ou de Barão Geraldo. A dúvida da localização surgiu mesmo antes de um anúncio oficial do empreendimento que pretende abrigar manifestações artísticas da cidade e abrigar a cultura popular em Campinas. Entretanto, nem bem foi apresentado o Centro e já provocou discordâncias.
“A conversa sobre o Centro foi um comentário meu em um grupo de pessoas. Havia um som muito alto, mas as pessoas não discutiram a fundo sobre o projeto e já se sentiram incomodadas”, comentou o secretário. Segundo ele, a secretaria quer lançar o Centro ainda este ano e dois curadores serão nomeados para estudar a questão.
A princípio o secretário planejava colocar o Centro de Estudos de Cultura Caipira e Arte Popular no distrito de Sousas onde, conforme ele, membros da sociedade local apóiam a ideia. Mas as manifestações em redes sociais, davam conta que a região de Sousas e Joaquim Egídio se sentem incomodadas com a questão.
“Não entendi a reação contrária. Eu me senti espinafrado, houve um massacre, sem ao menos discutimos a fundo isso”, desabafou. “Agora vejo que em Barão Geraldo encontrei um acolhimento maior. Eles, lá em Barão Geraldo, querem a todo custo o Centro”, falou. “Ainda estou analisando por qual região optar”, concluiu.
Carrasco se diz frequentador de Sousas e conhecedor dos artistas locais. “Mas agora, estou mais cauteloso. Sei que terei que perguntar antes dá licença, posso mandar isso ou aquilo aí gente?, vocês permitem? É o contrário do que ocorre em outros pontos da cidade que aceitam nossa sugestão seja do que for”. O secretário falou que, mesmo que tenha havido alguma rusga, sua pasta manterá o incentivo e apoios as festa tradicionais que fazem parte do calendário em Sousas como a Spaghettata agora em abril, a festa de Santana e São Joaquim e São Roque.
Para o secretário, Campinas é um reduto urbano com excelências artísticas e culturais. Ele enumera ações culturais como orquestras de viola, grupos de folias de reis, teatro, circo, e ressalta o interesse em centralizar tudo no Centro .
Assim como a indecisão do endereço do Centro de Estudos de Cultura Caipira e Arte Popular ainda não tem destinação de verba. Segundo o secretário iria contemplar vários aspectos da manifestação popular como costumes, oficinas, lendas, culinária, memorial do carnaval,as festas populares na cidade, folclore. Na sua avaliação o centro viria resgatar e estudar a arte popular fora dos meios acadêmicos e sediar show e feiras de cultura.
O secretário Carrasco disse que a sua pasta está ampliando o seu raio de ações e que as coisas estão caminhando. Como exemplo fala da Casa de Cultura de Sousas está sendo restaurada e deve ser entregue assim que todos os trabalhos forem concluídos. Um grupo coordenador está acompanhando as obras, conta ele. A Orquestra Sinfônica já tem uma agenda repleta e está em plena temporada. O Centro de Convivência Cultural, no Cambuí, será recuperado com recursos de iniciativa privada e recursos da prefeitura.