A preocupação com o aquecimento global é um assunto que preocupa todos os segmentos da economia mundial. Mas é o setor de transporte que exige um olhar mais atento, segundo Susana Kahn Ribeiro, secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente. “Fora o desmatamento, o setor de transporte é o que emite maior índice de poluentes na atmosfera”, declarou Susana Kahn, durante a Convenção Mobilidade Sustentável na Renovação Urbana, organizada pela Michelin e pela CTS (Centro de Transporte Sustentável), que acontece hoje no Rio de Janeiro.
Segundo a secretária do Ministério do Meio Ambiente, para evitar que a temperatura do planeta ultrapasse em mais 2 graus até o final deste século, o que poderá acarretar sérias consequências como as rupturas climáticas, é preciso uma ação rápida, com o engajamento de todos os países. “Hoje estamos emitindo cerca de 45 bilhões de toneladas de CO2 por ano”, alertou Susana Kahn. “Se nada for feito chegaremos em 2030 com uma concentração de 70 bilhões de toneladas de CO2, um volume que elevará em mais 2 graus a temperatura do planeta”.
Susana Kahn destacou que os países desenvolvidos devem reduzir de 25% a 40% as emissões de poluentes em 2020 em relação a 1990 e os países em desenvolvimento precisam diminuir o ritmo de crescimento de suas emissões. “Para estabilizar em até 450 ppm (considerado um índice de segurança) a concentração de CO2 no planeta é preciso reduzir substancialmente as emissões até 2020, pois quanto mais tarde começarmos a controlar o nível de emissões maior terá que ser o esforço no futuro, além de se ter um custo mais elevado”, disse.
Segundo a secretária do Ministério do Meio Ambiente, o setor de transporte pode contribuir para este esforço, com medidas tecnológicas e com foco no veículo e no combustível. “A questão não é saber como as pessoas vão se locomover no futuro. O uso do automóvel precisa ser mais bem equacionado. Esse é o desafio”, completou.
