Assassinato de Ruy Ferraz Pontes, atribuído inicialmente ao PCC, gera crise política em São Paulo e críticas diretas à condução da segurança pública no Estado
Por Sandra Venancio – Foto Reprodução vídeo
São Paulo – O assassinato de Ruy Ferraz Pontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e atual secretário de Administração de Praia Grande, abriu uma crise política no Estado. Morto a tiros na noite desta segunda-feira (15), o ex-chefe da Polícia Civil foi vítima de um atentado enquanto dirigia na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim, litoral paulista. A suspeita inicial recai sobre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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A repercussão foi imediata. Em nota oficial, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) fez duras críticas ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), responsabilizando a gestão estadual pelo enfraquecimento da Polícia Civil e, consequentemente, pelo avanço do crime organizado.
“É, afinal, a Polícia Civil a responsável pela investigação das organizações criminosas. Por consequência, se o Governo do Estado permite que a instituição se enfraqueça, como São Paulo tem feito nas últimas décadas, o crime organizado, inevitavelmente, ganhará espaço”, afirmou o sindicato.
O comunicado também classificou o assassinato como “uma grande afronta às Forças de Segurança, à máquina pública e ao Estado de São Paulo”. O Sindpesp cobrou resposta imediata das autoridades, alertando que a impunidade poderia levar ao descrédito do sistema de segurança pública.
O crime
Segundo informações da Polícia Militar, Pontes foi alvo de disparos feitos por homens em uma caminhonete Toyota Hilux preta. Atingido, perdeu o controle do veículo, que capotou e colidiu contra um ônibus. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito no local.
O caso ocorreu por volta das 18h21, em frente ao Fórum de Praia Grande, e mobilizou equipes da PM e da Polícia Civil. Até o fechamento desta edição, não havia prisões.
Contexto político
A morte de Pontes, figura respeitada nas forças policiais, acirra o debate sobre a política de segurança do governo Tarcísio, alvo recorrente de críticas de delegados e investigadores. A cobrança do Sindpesp evidencia a tensão entre a categoria e o Palácio dos Bandeirantes, em um momento em que o avanço das facções criminosas preocupa o Estado.
Ruy Ferraz Pontes
Ruy Ferraz Pontes foi delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo entre 2018 e 2019, cargo máximo da corporação. Reconhecido por sua trajetória de mais de três décadas na polícia, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande após deixar o comando da instituição. Sua morte, em circunstâncias atribuídas a uma execução, reforça os temores de que a violência do PCC tenha alcançado novos patamares de ousadia contra representantes do Estado.




