A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas apresenta concerto gratuito neste sábado, dia 21 de outubro, às 18 horas, na Paróquia Santo Antônio. A regência será da maestrina convidada Cinthia Alireti com a participação das solistas Angela Duarte e Talita Martins. A entrada é o ingresso solidário com a doação de um quilo de alimento não perecível.
O programa do concerto, que faz parte do Ciclo Sinfonias, terá duas obras. A abertura será com a peça “A Paixão dos Anjos”, Concerto para Duas Harpas e Orquestra, de Marjan Mozetich, que tem como característica qualidades belas, espirituais, introspectivas e meditativas. A peça terá a participação das solistas Angela Duarte e Talita Martins, duas expoentes na arte fina da harpa.
Na segunda parte do concerto, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas apresentará a Sinfonia nº. 1 em dó menor, Op. 68, de Johannes Brahms, um compositor considerado perfeccionista e criador de obras primas.
Sobre as peças
Estreada em 1996, The passion of angels (A paixão dos anjos) é uma obra concertante para duas harpas, composta pelo compositor canadense Matejicek Mozetich. Fluente na escrita de músicas para filmes, danças e teatro, Mozetich seguiu seus instintos nesta direção, optando por esta linha um estilo romântico pós-moderno, construindo uma música repleta de repetições melódicas e arpejos minimalistas, tanto na parte das harpas quanto no acompanhamento da orquestra.
Imagens de anjos tocando harpa representam o céu nos textos bíblicos, pois o instrumento representa um meio de harmonização entre o céu e a terra. No antigo testamento, a harpa se tornou o emblema do Rei Davi, que aparece tocando nos salmos. Nos milênios seguintes, ainda que Mozart tenha escrito um dos mais conhecidos concertos para harpa (e flauta), este instrumento não se tornou popularmente utilizado como concertista, mas diversos compositores contribuíram para o gênero, escrevendo obras para uma ou mais harpas solistas, como é o caso de Mozetich.
A Sinfonia nº. 1, em dó menor, op. 68 é a primeira sinfonia do compositor alemão Johannes Brahms (1833-97) e teve uma longa trajetória de criação, começando por volta de 1860 e culminando na sua estreia em 1876. O motivo para tal demora – mais de 15 anos para ser concluída – se deve às incertezas do compositor sobre o gênero sinfônico e as tendências da época. Por exemplo, o compositor Robert Schumann, um grande amigo de Brahms, considerava a sinfonia um gênero do passado; ele e outros compositores da época achavam improvável que qualquer compositor pudesse superar a genialidade das sinfonias de Beethoven.
No entanto, ainda que Brahms tenha incluído nesta sinfonia diversas referências às sinfonias de Beethoven, tais como o famoso motivo do “destino” de 4 notas da Quinta, o caráter pastoral da Sexta, trazido pelo tema da trompa alpina no último movimento, e referências formais à Nona, Brahms logrou em avançar os modelos de Beethoven com ideias extremamente progressivas, sem perder o rigor clássico.
A regente Cinthia Alireti
É a regente titular e co-diretora artística da Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU). Tem se destacado como diretora musical de diversas produções de óperas, tais como, O Morcego, de Johann Strauss, La Traviata, de Giuseppe Verdi, A Flauta Mágica, de W.A. Mozart, O Elixir do Amor, de Gaetano Donizetti, Tigrane, de Alessandro Scarlatti, realizada com instrumentos originais, A Moreninha, de Ernst Mahle, e a ópera multimodal Descobertas de J. Manzolli.
Sob sua direção, constam inúmeras estreias de obras sinfônicas e vocais, a realização de projetos multidisciplinares, performances historicamente informadas, juntamente com clássicos da literatura sinfônica. Paralelamente à sua atuação como regente titular da OSU, tem colaborado como regente convidada em outras localidades no Brasil, na Alemanha, na França, no Equador e nos Estados Unidos.
Paralelamente à atividade artística, vem fomentando o desenvolvimento do ecossistema da música de concerto no Brasil, através de eventos para discussão e informação sobre o tema, com a participação de importantes personalidades do meio, tais como, o fórum Gestão orquestral e Compromisso Social e o simpósio internacional Mulheres na Música de Concerto Hoje. Possui mestrado e doutorado em regência coral e orquestral, com especialização em música antiga na Universidade de Indiana (Bloomington, EUA), bacharelados em Composição Musical (Universidade de São Paulo) e em Publicidade e Propaganda (Faculdade Armando Álvares Penteado) e mestrado franco-alemão em musicologia na Universidade de Paris–Sorbonne e na Universidade de Saarland (Alemanha).
Angela Duarte
Atua como harpista solista, camerista e convidada nas principais orquestras brasileiras (OSESP, Sinfônica Municipal de São Paulo, OSB, OSPA, Filarmônica de Minas Gerais, entre outras). Enquanto solista, tocou junto da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica da Unicamp, Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, Orquestra L’Estro Armonico, Orquestra Acadêmica da Unesp e Orquestra Sinfônica de Rio Claro. Graduada em harpa pela Faculdade Santa Marcelina (São Paulo), foi integrante da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo (OJESP), com a qual participou de 2012 a 2015 das temporadas de concertos, incluindo turnês pelos Estados Unidos, Alemanha, França e Holanda e a gravação de três CDs.
Posteriormente, fez parte da Banda Sinfônica do Exército, com quem se apresentou intensivamente pelas regiões Sul e Sudeste do país. Atualmente, Angela cursa mestrado em Educação pela Unicamp e é professora de harpa em duas instituições: a Escola Municipal de Música de São Paulo, onde iniciou seus estudos do instrumento, e o Conservatório de Tatuí.
Talita Martins
Natural de Santos, iniciou seus estudos no piano aos seis anos e, aos 17, na Harpa Sinfônica, na Escola Municipal de Música de São Paulo e Escola Superior de Música das Faculdades Integradas Cantareira. Premiada em vários concursos, apresenta-se frequentemente como correpetidora, camerista e solista nas principais salas de concerto do país e exterior. Obteve aulas de piano com o pianista Renato Figueiredo e Diana Kacso (radicada em Nova Iorque), harpa com Silas Lima, Délcia Coelho, Angélica Vianna e Rita Costanzi (Estados Unidos). Residiu em Jaraguá do Sul (SC) onde ministrou aulas de Piano e Harpa na Sociedade de Cultura Artística.
Atualmente, em São Paulo, é harpista convidada de diversas orquestras como Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo, Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Orquestra Sinfônica de Santo André, Orquestra Sinfônica de Piracicaba, Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí e Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro como coro da New European Philharmonic.
Serviço:
Concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas – Ciclo das Sinfonias
Dia: 21 de outubro (sábado)
Hora: 18h
Local: Paróquia Santo Antônio
Endereço: avenida da Saudade, nº 854, no bairro Ponte Preta
Ingresso solidário: 1 quilo de alimento não perecível
