Universitários do curso de Medicina da PUC-Campinas denunciaram durante o dia de hoje, em sessão da CPI do Trote Violento realizada na Câmara de Campinas, um suposto esquema de extorsão praticado por veteranos do curso. Uma das alunas disse que os futuros médicos alunos teriam sido obrigados a pagar “pedágio” que pode atingir R$ 90 mil, disfarçado como contribuições para formatura, para custear festas com drogas e prostituição. “O dinheiro era para contratar de serviço de prostitutas, comprar produtos para produção de lança-perfume e open para maconha. Também seria usado para garantir um cheque caução da chácara porque sabiam que ela seria quebrada.”
Outros alunos afirmaram que tiveram que cantar músicas que incentivam o estupro, e foram submetidos a agressões verbais e físicas, bem como constrangimentos diante de colegas. “Eles deram tapas em nosso rosto, fizeram a gente tirar a roupa e nos pintaram com tintas e barro”, afirmou. A comissão convocou 23 pessoas, entre alunos e professores, para prestarem depoimentos. Catorze compareceram e dez foram ouvidas – as quatro restantes deverão ser convidadas para nova sessão, em São Paulo ou Campinas, na qual alunos da Unicamp também devem ser chamados.
A sessão, que começou por volta das 9h40 e se estendeu até às 17h30, foi presidida pelo vereador Pedro Tourinho (PT) e coordenada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado Adriano Diogo. A PUC-Campinas informou que abriu processos disciplinares internos, bem como comunicou os excessos a autoridades externas competentes.
A universidade ressaltou que “a prática de qualquer tipo de trote é proibida na Universidade” e que “não promove festas em ambientes externos aos Campi, tais como chácaras, bares, boates, lanchonetes, entre outros estabelecimentos.” Por fim, a instituição destacou que repudia qualquer atividade que se caracteriza como ato de zombaria, humilhação, violência ou, ainda, qualquer situação constrangedora a que calouros sejam submetidos.
Trote Violento, universitários denunciam suposta extorsão de veteranos
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