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sexta-feira, setembro 20, 2024

Um ano de engano e descaso no governo Jonas Donizette (PSB)

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Há quase 18 meses no governo municipal, o prefeito Jonas Donizette (PSB), eleito em Campinas em 2012, após vencer no segundo turno contra o candidato do PT, não está recebendo uma boa avaliação pela população dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio.

No final de 2013, o prefeito afirmou que encontrou grandes dificuldades em equilibrar as finanças do município e também relatou que houve melhorias nos serviços públicos durante todo o ano. Segundo ele a avaliação da administração é positiva, mas reconheceu que era preciso investir mais nos serviços públicos, e como uma das prioridades continua sendo a área da saúde. Afirmou que está mantendo o contingenciamento do orçamento municipal, medida necessária, pois as previsões para a economia em 2014 não é das melhores.

O professor Valeriano Costa, cientista político da Unicamp, fala que o governo municipal foi atropelado pelos protestos e ficou escondido esperando a poeira baixar. “Todas as melhorias em saúde e educação ficaram invisíveis e é agora que o governo de Jonas Donizette vai começar a mostrar o que fez e o que ainda pretende melhorar”.

Saúde pública

Já a opinião dos vereadores da oposição diverge a do prefeito. Segundo o vereador Ângelo Barreto (PT), as melhorias da saúde proposta por Jonas Donizette são ineficientes, pois as farmácias dos Centros de Saúde permanecem sem profissionais e com grande número de medicamentos em falta. “O governo não lançou contratação emergencial de técnicos de farmácia e não está convocando farmacêuticos pelo concurso, o resultado é que grande parte das farmácias da Rede SUS Campinas está funcionando em horário reduzido o que tem gerado filas de espera de até duas horas para retirada de medicamentos. Além disso, a Saúde da Família, já leva o medicamento na casa de pessoas acamadas, com mobilidade reduzida. Entretanto, as equipes estão sucateadas, especialmente com número muito pequeno de Agentes Comunitários de Saúde que são profissionais que devem fazer visitas mensais às famílias”, mencionou o petista.

Sobre a epidemia da Dengue em Campinas, o professor Valeriano acredita que a culpa principal é da população, pois a cidade tem muitos terrenos abandonados, casas fechadas, e entulhos que são jogados em qualquer lugar. “A população não é receptiva, seria preciso ter uma legislação mais dura nesse sentido para que tenha o consenso da sociedade. Todo cidadão precisa saber o que é correto e ser envolvido para sempre fazer dessa maneira, e o caso da proliferação do mosquito, entra nesse sentido, o aumento de casos foi culpa dos criadouros que continuaram a serem criados”, relata o professor.

Segurança

Na Segurança Pública, não houve ação efetiva pela valorização e capacitação dos trabalhadores dessa área, isso aumentou o registro de casos de assaltos e latrocínios em toda a cidade.  Ainda segundo o vereador Ângelo Barreto do PT, houve propaganda enganosa, pois foi divulgado que o prefeito Jonas Donizette seria o responsável pela liberação da verba de R$ 326,9 milhões para obras de pavimentação e saneamento em Campinas. Na verdade, no ano passado, o Executivo enviou cinco propostas para pavimentação no município, liberada e que até o momento não foi utilizada.

O professor da Unicamp completa que o governo municipal não tem fiscalização pela cidade o tempo todo, para fazer ações ativamente, ter pessoas tem um preço alto, e na maioria das vezes é melhor a população reclamar e cobrar, para que o governo faça melhorias reativamente, depois que foi demandado pela sociedade. Essa é a maneira que o governo municipal vem fazendo e Valeriano acredita que isso é uma política interessante para uma cidade.

Cargos Comissionados

Em abril desse ano, o governo municipal aprovou 103 cargos comissionados, pessoas nomeadas pelo prefeito sem concurso público. Sem muito debate, foi aprovada pela maioria como lei ordinária e quem paga por esses cargos é a população.

“Diante das graves crises pelas quais a cidade passa, é um despropósito do governo aumentar 100 cargos sem concurso na estrutura da prefeitura. Os esforços e recursos deveriam ser dirigidos neste momento para enfrentar a crise na saúde, a fragilidade do sistema de transporte público, e a carência de creches”, informa o vereador Pedro Tourinho (PT).

Outro vereador contrário a essa aprovação foi Paulo Búfalo (PSOL) que questionou a ignorância do governo municipal quanto aos problemas sociais da cidade, como a epidemia de dengue que gerou grande número de casos, no qual Jonas não deu a menor importância. “Só aumenta a falta de trabalhadores na área da saúde e educação. Campinas tem uma grande necessidade da criação de creches, e essas melhorias são deixadas pra trás”, relatou Búfalo para a Carta Campinas.

Moradores da região de Sousas

Podemos perceber omissão do governo municipal, principalmente do prefeito Jonas Donizette, com as necessidades de Campinas. As melhorias são sempre prometidas, mas não são cumpridas: essa é a opinião de vários entrevistados pela reportagem do Jornal Local.

Paulo Eduardo Soares, que tem parentes que moram no distrito de Sousas, conta que há grandes problemas na área da saúde na região e em toda a cidade. A falta de médicos, de remédios e de atendimento digno, são os piores problemas. “Jonas prometeu em sua campanha, melhorias na saúde e nada fez até agora. Também prometeu diminuir a quantidade de radares por Campinas, pois ele mesmo alegou que tinha um excesso desses aparelhos na cidade, mas não cumpriu. O que ele fez? Aumentou a quantidade. Se promete, precisa cumprir”, relatou Soares.

Morador do bairro do Centro de Sousas, fala que o governo municipal de Campinas prometeu céus e terras e até agora nada cumpriu. Hoje, em sua opinião, Jonas Donizette não atende mais a população, seus assessores não dão atenção às necessidades do povo, e deixam tudo de lado. Pensam apenas no benefício próprio.

Já a moradora do Jardim Belmonte, reclama da falta de creches por todo o distrito. “Foi prometido à construção de novas unidades, mas até agora nada foi feito para solucionar o problema. As creches têm uma lista de espera enorme e as mães são obrigadas a pagaram para ter onde deixar seus filhos enquanto trabalham. O governo municipal não faz nada. Verba tem, pagamos uma quantidade enorme de impostos que devem ser usados para essas melhorias”. Referente à região de Sousas, a moradora queixou da subprefeitura, que o responsável local não é mais uma pessoa ‘do povo’. “Antes ele podia ser visto pelas ruas do distrito e conversava com todos, hoje é difícil encontrá-lo no prédio da subprefeitura, e os atendentes não dão atenção aos problemas que levamos até eles”, declarou.

O governo de Jonas Donizette está andando de mal a pior, relatou moradora do bairro Nova Sousas. “Só a dengue, mostra como o governo tem culpa do aumento de casos por toda a cidade. Faltou consciência e vergonha na cara para assumir o problema e tomar as providências necessárias”. A moradora ainda mencionou que tem a necessidade de fazer exames pelo convênio médico, mas tem medo de ir até Campinas, pois os casos da doença na cidade são maiores do que na região de Sousas. “Esse ano, e todos os próximos não quero participar das eleições, vou anular o voto, pois já sei que as promessas não serão cumpridas, que os problemas não serão resolvidos. Sempre tive esperança achando que pudesse mudar, mas já percebi que isso é impossível. Quando uma pessoa chega à política, só pensa no benefício próprio”, relata.

No Jardim Conceição, uma moradora que conversou com a redação do Jornal Local, descreveu que o prefeito da cidade está deixando de fazer diversas restaurações e reparos. “Como no caso da dengue, que nos Centros de Saúde, havia muitas pessoas com o mesmo sintoma, e o espaço não comportava o volume de pacientes, além da demora nos resultados dos exames para o diagnóstico da doença. É uma culpa coletiva, do governo municipal, e também ignorância do povo.

Já para a moradora da Vila Santana, nenhuma mudança foi notada. Ela reclama que na região falta limpeza das praças, têm brinquedos quebrados, alguns locais estão virando lixão, devido a grande quantidade de entulhos que não são retirados. Alega que na subprefeitura eles informam que vão enviar o caminhão. Mas esse caminhão nunca chega. “Quando ligamos dizem que aguardam aprovação para enviar o caminhão para recolhimento dos entulhos, mas o tempo vai passando, passando, e a solicitação não é atendida. É descaso do governo municipal e da subprefeitura com as necessidades do distrito e de toda a cidade de Campinas”, informa.

Moradora do bairro San Conrado acredita que Jonas está perdido, por não dar a atenção necessária à cidade. “O aumento dos casos de dengue que pudemos observar, mostra que a população fez a coisa certa, mas as pulverizações pararam de ser realizadas pelos bairros de Sousas e de Campinas. Foi uma negligência da prefeitura que tem grande parcela de culpa com os casos da doença e principalmente com as mortes”. Relatou também, que na sua região falta rede de esgoto e hoje os moradores do bairro precisam solicitar caminhões de fossa, e mesmo essa situação sendo exposta, ninguém fez nada para ajudar a solucionar o problema.

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