
Nos dias 15 e 16 de abril (sábado e domingo), o Sesc Campinas recebe a extensão do Visões Urbanas – festival internacional de dança em paisagens urbanas –, que ocupou, com espetáculos, performances e intervenções, ruas, praças, parques e espaços públicos de São Paulo. Em versão pocket, no sábado, o bailarino argentino radicado no Brasil, Luis Arrieta, e o cantor lírico Mauro Wrona apresentam “Sacrifício *tornar sagrado” (15h); domingo de manhã (11h), o Grupo Caixa de Imagens faz a peformance-instalação “Sonho e Ohnos”, e à tarde (14h), a Cia. Artesãos do Corpo, fecha o festival com “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto?”.
Em “Sacrifício *tornar sagrado”, uma criação da proposta “Homeland”, co-produção entre o projeto Sacred Places (Bélgica) e o Visões Urbanas (Brasil), Luis Arrieta e Mauro Wrona se inspiram em um Jorge Luis Borges apavorado frente à sutil intimação do editor, para entregar um ou dois poemas por mês para comporem uma coletânea a ser publicada. Mais tranquilo, o poeta conclui ser praticamente impossível a qualquer ser humano não ter possibilidade de poesia pelo menos uma vez ao dia, poesia que faz do profano um sacro ofício.
Com “Sonho e Ohnos”, o Grupo Caixa de Imagens, formado por Mônica Simões e Carlos Gaucho, mostra a força lírica do mestre Kazuo Ohno, uma das fontes criadoras do butoh, dança definida como da alma e do corpo, que fascina pelo seu poder de síntese da imagem-mensagem cênica.
A programação se encerra com a performance-intervenção “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto?”, da Cia Artesãos do Corpo, que lida com o conceito de enraizamento num contexto onde o corpo é obrigado a deslocar suas raízes frequentemente.
Dança em paisagens urbanas
Criado em 2006, pelos artistas Mirtes Calheiros e Ederson Lopes (Cia Artesãos do Corpo), o Visões Urbanas faz parte da rede internacional de festivais “CQD – cidades que dançam”, conectando São Paulo com cidades da Europa e América Latina, para promover a circulação, a troca e o intercâmbio de artistas e trabalhos criados para espaços públicos.
A extensão em Campinas é parte da proposta de descentralização da produção cultural para outras cidades, experiência que aconteceu em anos anteriores em São Bernardo do Campo, Embu-Guaçu e Maceió (Al).
Para esta sua 10ª. Edição, o Visões Urbanas foi contemplado pelo Proac – Festivais de Artes II.
Serviço:
X Visões Urbanas – Festival internacional de dança em paisagens urbanas
SESC Campinas – Visões Urbanas Extensão
(Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas – SP)
Dia 15/04 (sábado) – 15h, “Sacrifício * tornar sagrado” (Luis Arrieta e Mauro Wrona)
Dia 16/04 (domingo) – 11h, “Sonho e Ohnos” (Grupo Caixa de Imagens); 14h, “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto” (Cia. Artesãos do Corpo).
10º Visões Urbanas – Festival internacional de dança em paisagens urbanas
Programação
Sesc Campinas – Dia 15/04 – 15h
Sacrifício * tornar sagrado – Luis Arrieta e Mauro Wrona
O editor tinha deixado Borges quase apavorado com a sutil intimação da entrega de um ou dois poemas por mês para no final do ano lançar um livro com a coletânea deles. Mais tranquilo, o poeta concluiu que era praticamente impossível a qualquer ser humano não ter possibilidade de poesia pelo menos uma vez ao dia. A simples, mas plena luz do ser torna poesia tudo aquilo que cobre com a sua presença infinita e eterna. Sem esforço algum, torna o secular sagrado. Faz o profano sacro. Sacro ofício. Sacrifício.
Esta criação integra o projeto Homeland, co-produção entre Sacred Place (Bélgica) e Visões Urbanas (Brasil)
Criação, figurino e interpretação: Luis Arrieta e Mauro Wrona
Dança: Luis Arrieta
Canto: Mauro Wrona
Música: Gustav Mahler, pequenas sugestões do repertório operístico e sons aleatórios
dia 16/04 – 11h – “Sonho e Ohnos” – Grupo Caixa de Imagens
“Sonho e Ohnos” apresenta a força lírica do mestre Kazuo Ohno, uma das fontes criadoras da dança butoh, que se define como uma arte da alma e do corpo, que fascina pelo seu poder de síntese da imagem-mensagem cênica.
Concepção, direção e atuação: Mônica Simões e Carlos Gaucho.
Grupo Caixa de Imagens
14h –
“Refúgio – ou como fixar raízes no concreto?” – Cia. Artesãos do Corpo
A performance/intervenção “Refúgio – ou como fixar raízes no concreto?” surge da questão: como lidar com o conceito de enraizamento num contexto onde o corpo é obrigado a deslocar frequentemente suas raízes?
Direção: Mirtes Calheiros
Intérpretes: Ederson Lopes, Fany Froberville, Gisele Ross, Leandro Antonio, Maira Yuri, Mirtes Calheiros e Rodrigo Caffer
Trilha sonora: Diogo Soares
Sonoplastia: Marcelo Catelan