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Vorcaro, dono do Banco Master, recebeu bilhões de fundo investigado por ligação com o PCC

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Investigações da Operação Carbono Oculto apontam que fundos da gestora Reag, como o Hans 95, investiram em títulos do Master, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)

Por Sandra Venancio

A Polícia Federal prendeu, na madrugada de 18 de novembro de 2025, o empresário Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, no Aeroporto de Guarulhos. A operação, batizada de Compliance Zero, investiga a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras, entre elas o Master.

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A prisão de Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master, desencadeou novas revelações sobre seu envolvimento com um fundo investigado na Operação Carbono Oculto. Dados da CVM e apuração jornalística mostram que o Hans 95, da Reag Investimentos, canalizou bilhões para o Master, estimulando dúvidas sobre a origem dos recursos e possíveis ligações com esquema de lavagem de dinheiro do PCC.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a arquitetura montada para essas aplicações reproduz o modelo observado em esquemas de ocultação financeira. Foto Divulgação Polícia Federal

Em paralelo, a Operação Carbono Oculto, já em curso, apura a lavagem de dinheiro do crime organizado — especialmente do PCC — por meio de uma rede de fundos financeiros. Um dos focos centrais dessa investigação é a gestora Reag Investimentos, responsável pelos fundos Hans 95 e Olaf 95.

Relatórios da Reag mostram que seus fundos investiram mais de R$ 1,2 bilhão em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos pelo Banco Master. Especialistas apontam que essas operações podem sinalizar uma estratégia do Master para levantar capital em momentos de aperto de liquidez.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a arquitetura montada para essas aplicações reproduz o modelo observado em esquemas de ocultação financeira: os fundos Hans 95 e Olaf 95 alimentariam o fundo Astralo, que por sua vez diversificaria seus recursos em outros fundos, incluindo o Galo Forte FIP — veículo usado por Vorcaro para aportar cerca de R$ 300 milhões na SAF do Atlético-MG.

https://twitter.com/PedroRonchi2/status/1990730616715829674?s=20

Para o MP-SP, essa estrutura em cascata — “fundo dentro de fundo” — permitiria ocultar a origem dos recursos, dificultando rastrear quem são os cotistas e qual a real finalidade dos aportes.

Em sua defesa, o Banco Master afirmou que a Reag é apenas prestadora de serviços, e que “é apenas um entre centenas de clientes” da gestora. Segundo o banco, não há nenhuma participação societária em comum com os fundos investigados.

Do lado da Reag, a gestora declarou que “agiu de forma regular e diligente” nos fundos, e que coopera com as autoridades, negando irregularidades.

Já o Ministério Público sustenta que a operação de Vorcaro no Atlético foi um dos elos para ocultar patrimônio e lavar recursos da facção, reforçando a tese de que a rede de fundos sob suspeita foi usada para dar legitimidade aparente ao capital.

https://twitter.com/BrasilPost13/status/1990836103599763700?s=20

Enquanto isso, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, após apontar grave deterioração de liquidez e indícios de violação de normas bancárias.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que “para ter chegado a esse ponto, todo esse processo deve estar muito robusto”, reforçando confiança nas apurações das autoridades.

Por fim, a interseção entre a Operação Compliance Zero (fraude financeira) e a Carbono Oculto (lavagem de dinheiro do PCC) lança luz sobre as dimensões sistêmicas dos negócios de Vorcaro, sugerindo que suas atividades bancárias, esportivas e financeiras possam ter sido parte de um esquema mais amplo.

https://twitter.com/analise2025/status/1990819959702716825?s=20

Vorcaro e possível conexão com PCC
As investigações envolvendo Daniel Vorcaro, o Banco Master e a Reag apontam para um modelo sofisticado de financiamento de ativos por meio de fundos com estrutura em cascata, que dificultaria a rastreabilidade de recursos. A possível conexão entre esse modelo e o PCC acende um alerta sobre a infiltração de organizações criminosas no sistema financeiro formal.

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