Para o entendimento comum entre o proprietário rural e o poder público, o Plano de Manejo vem dar uma direção e traçar diretrizes a serem seguidas por todos. O Plano de Manejo é um conjunto de regras da APA (Área de Preservação Ambiental) resultante em comum com o poder público e o proprietário rural que visa a preservação do patrimônio cultural e ambiental.
Novaes também faz parte do grupo de estudo de elaboração do Plano de Manejo. Com a conclusão da primeira fase, depois de várias reuniões, oficinas e discussões, trouxe um diagnóstico relativo à aplicação dos objetivos tendo em vista um crescimento estruturado. Segundo ele, acima de tudo, o Plano de Manejo é um trabalho de levantamento do setor. “Para enxerga a realidade da situação e criar um consenso do que deveremos fazer adiante” ressalta.
A grande novidade, segundo ele, é a constatação de que a cobertura vegetal vendo sendo recuperada na APA. “Ela cresceu 9%”. A constatação ocorre após a comparação de imagens aéreas apuradas ao longo tempo. “Verificou-se uma tendência. As áreas de mata dentro das propriedades estão sendo preservadas”, disse. De acordo com ele, isso ocorre graças à legislação que determina que o proprietário reserve faixas de área nativa dentro da propriedade.
O estudo do Plano de Manejo constatou dentro do APA dois núcleos urbanos que não estão sendo assistidos satisfatoriamente pelo poder público. “Observamos pessoas vivendo no campo na linha de pobreza”. Novaes aponta a inexistência de saneamento básico nos bairro bairros Carlos Gomes e Gargantinha. “Onde ainda persistem residências com fossas assépticas e o fornecimento de água é conduzido por caminhões pipa”.
As primeiras conclusões demonstram uma grande diferença de desenvolvimento social e perfil econômico em comparação a outras áreas da APA dentro do Plano de Manejo.
No geral as propriedades são muito grandes, a configuração do relevo. Na APA 75% da área é formada por média e grande propriedade. São terrenos irregulares com montanhas em condições naturais que desqualificam a atividade agrícola. “Na época da escravidão era a cana-de-açúcar e depois veio o plantio do café. Hoje em dia é inviável praticar a agricultura sendo que os equipamentos são caros e a mão-de-obra não quer trabalhar no campo”, falou.
Para ele, é importante acelerar o processo de prosperidade olhando as condições de desenvolvimento sustentável com a implantação de negócios compatíveis com a realidade, de baixo impacto, com a evolução do conceito de preservação. “Podemos transformar isso em modelo para o País”.
Do total da APA:
1,8% é agricultura.
10% florestas, eucalipto, media 6 a 7 anos.
28% cobertura vegetal.
35% pecuária.
20% áreas sem utilização.
28% cobertura vegetal
12% áreas urbanas.