Vice-líder do ranking juvenil/júnior paulista e quinta colocada no ranqueamento adulto do Brasil, a jovem Livia Amado (foto) fixa os olhos no futuro e trabalha duro para se aperfeiçoar no golfe. Aos 17 anos, a adolescente nascida em Lisboa, Portugal, e radicada no distrito de Sousas, em Campinas (SP), já é considerada uma das mais promissoras jogadoras do País. Integrante do time do Clube de Golfe de Campinas, localizado em Sumaré (SP), Livia inovou ao buscar a importante assessoria do Labex (Laboratório de Bioquímica do Exercício), da Unicamp.
O principal objetivo do Labex, de acordo com o site oficial, é propiciar ao esportista o máximo de condicionamento físico com o mínimo de lesão muscular possível. Confira a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva concedida por Livia ao Site da FPG.
Site da FPG – Há quanto tempo você mora no Brasil?
Livia Amado – Estou aqui desde janeiro do ano passado, apesar de já ter morado no País há dez anos. Agora estou residindo em Sousas, Campinas. Minha família e eu voltamos para o Brasil porque passamos dez anos na Europa, entre Portugal e Espanha, e no final bateu a saudade.
Quando começou a jogar golfe? Quem lhe ensinou?
Jogo golfe há três anos. Aprendi no Norba Club de Golf, de Cáceres, Espanha. Meu primeiro professor foi o Gabriel Sota, sobrinho do Severiano Ballesteros. Depois comecei a ter aulas com o Yago Beamonte, presidente da APG espanhola (Asociación de Profesionales de Golf) e ex-jogador do Tour Europeu. Sem dúvida, acho que tive uma base sólida no meu aprendizado graças a eles.
Teve alguma influência da família?
Comecei a jogar por influência do meu pai, ex-jogador que na sua infância era sócio do Clube de Campo de São Paulo e adora o esporte. Sempre tive apoio total da minha família, coisa que agradeço muito.
Já praticou outros esportes?
Já pratiquei taekwondo, vôlei, futebol e paddle, mas agora me dedico só ao golfe.
Você já escolheu uma profissão fora do esporte ou pretende viver de golfe no futuro?
Pretendo conseguir bolsa, fazer faculdade nos Estados Unidos e cursar Relações Internacionais. Só depois disso vou decidir se me profissionalizo no golfe ou continuo como amadora. Ainda tenho tempo para decidir.
Qual motivo a levou a se filiar ao Clube de Golfe de Campinas? Você recebeu algum tipo de vantagem?
Me filiei ao CGC pelas facilidades que eles dão aos juvenis. Por causa disso, contamos com uma equipe com ótimos jovens e o nosso time feminino foi campeão do Interclubes do Estado de São Paulo este ano. Eu acho que compensamos todo o apoio que nos dão.
Como você avalia o nível de suas principais adversárias no golfe brasileiro? Alguma delas tem, em sua opinião, condições de brilhar como profissional?
Eu acho que em relação ao nível do golfe feminino temos muito que melhorar, mas acredito que daqui a um tempo essa nova safra de jogadoras que estão aparecendo, como a Kinha (Cecília Kleinert), Carla Ziliotto e Adriana Niclotti, estará dando muito trabalho às golfistas mais experientes. Aí com certeza o nível subirá bastante. Eu acho que qualquer jogadora daqui que se concientize do que quer e vá a luta tem chance de brilhar como profissional, mas é preciso muito treino. Quem sabe daqui a uns anos o Brasil conte com una nova safra de mulheres profissionais competindo lá fora.
Em sua opinião, quais são as maiores virtudes do golfe?
A paciência, muita calma para poder perceber os mínimos detalhes que acabam fazendo a diferença no score, a visualização.
Como suas amigas que não praticam o esporte encaram o fato de você precisar dedicar tanto tempo ao golfe? Por falar nisso, você treina quantas vezes por semana?
No começo não entendiam, mas com o tempo se acostumaram. Treino três vezes por semana mais sábados e domingos. Na quarta-feira faço um programa de treinamento no Instituto de Bioquímica Aplicado ao Movimento da Unicamp, o Labex. Lá conto com ajuda de psicóloga esportiva, nutricionista e preparador físico, além de uma coordenadora que dirige o projeto. Meus resultados têm melhorado bastante graças a esse apoio, mas espero resultados significativos a partir do final do ano.
Fora do esporte, como você faz para se divertir? Adora uma balada?
Adoro sair para me divertir com meus amigos e sempre que posso saio de balada, mas às vezes é impossível por causa dos torneios.
Quais são os seus principais resultados no golfe?
Cheguei a ser primeira no meu Estado, em Extremadura, na Espanha; fiquei em terceiro lugar no Amador Brasileiro; fui terceira no Match-Play Brasileiro; representei o Brasil no Campeonato Sul-Americano de Golfe Juvenil, em abril no Paraguai; joguei o Interfederações Juvenil; e estou bem colocada nos rankings adulto e juvenil nacional. Até o final do ano, pretendo ganhar algum torneio do ranking nacional e quem sabe ter mais oportunidades de representar o Brasil lá fora.
