A TODXS, organização sem fins lucrativos dedicada à promoção da cidadania e do protagonismo de pessoas LGBTI+, lança, em novembro, o Guia de Boas Práticas Antirracistas para Empresas, uma cartilha concebida para empresas criarem estratégias eficazes na construção de ambientes de trabalho mais inclusivos para a população preta e parda no Brasil. Divulgado próximo ao Mês da Consciência Negra, o documento possui orientações e dicas práticas para empresas se aliarem à causa antirracista.
A cartilha faz parte da campanha Enegrecer o Mercado de Trabalho, preparada pela TODXS para o mês de novembro para promover a inserção de pessoas negras no ambiente de trabalho por meio do compartilhamento tanto de informações de desenvolvimento para quem busca oportunidades, como maneiras de promover a inclusão de pessoas negras nas empresas. O lançamento do Guia de Boas Práticas Antirracistas para Empresas ocorre em parceria com a plataforma QoT (Quebrando o Tabu), que realiza curadoria e produção de conteúdo multimídia sobre temas relacionados ao social, ambiental e direitos humanos. A programação da Enegrecer o Mercado de Trabalho inclui também uma série de lives, cuja programação termina no próximo dia 22, com a live Empreendedorismo (s): Caminhos de trabalhos possíveis, no canal do Youtube da TODXS.
Produzida de maneira colaborativa por um time de especialistas da TODXS, que inclui profissionais de Recursos Humanos, especialistas em Diversidade e Inclusão e analistas de Negócios e Inovação, a cartilha é uma fonte de informações rápidas e consolidadas sobre questões que atingem a população negra brasileira e traz, por exemplo, explicações de conceitos que podem confundir pessoas com pouca vivência no tema. Entre os tópicos abordados estão a diferença entre raça e etnia, comportamentos discriminatórios corriqueiros no ambiente de trabalho, e como o racismo estrutural ainda oprime pessoas pretas e pardas no Brasil. Ao apontar o problema estrutural e sinalizar desigualdades sociais, formas de violências e opressões sistemáticas, a cartilha permite que empresas possam combater “a noção de hierarquia racial, ainda viva e forte no cerne da nossa sociedade”, segundo o texto do Guia.
Nele, também é possível conferir estatísticas importantes sobre a participação de pessoas negras no mundo corporativo, como o fato de menos de 5% de pessoas negras ocuparem cargos de alta liderança no Brasil, de acordo com o Instituto Ethos. Há, ainda, recortes com informações sobre questões das diferenças salariais entre pessoas negras e brancas e, considerando a atuação da TODXS para transformar o Brasil em um país mais inclusivo para a população LGBTI+, o guia também traz dados sobre a empregabilidade da população negra LGBTI+: uma pesquisa realizada pela própria TODXS mostra que menos da metade das pessoas LGBTI+ pretas ou pardas estavam empregadas no ano da pesquisa, enquanto entre pessoas brancas LGBTI+, este índice ultrapassa a marca dos 50%.
“Um guia como este é importante para impulsionar a perspectiva interseccional dentro da própria comunidade LGBTI+. A vivência de uma travesti negra com deficiência será diferente de um homem negro bissexual, por exemplo, mesmo que essas mesmas pessoas façam parte da nossa comunidade. Diferente não significa ser uma corrida de comparação sobre ‘quem sofre mais’, e sim que, além da própria diversidade de gênero e sexualidade que já compõe nossa comunidade, também englobamos diversidades regionais, étnicas, raciais, de classe que são necessárias de serem consideradas nas mobilizações sociais e dentro das organizações, em suas pesquisas de censo e ações de diagnóstico para tornar seus ambientes de trabalho mais acolhedores e inclusivos”, explica a especialista em Diversidade e Inclusão na TODXS, Amanda de Moraes.
A cartilha pode ser acessada aqui.
Sobre a TODXS: A TODXS é uma startup sem fins lucrativos, formada por mais de 50 pessoas voluntárias que possuem o sonho comum de transformar o Brasil em um país mais seguro e inclusivo para pessoas LGBTI+. Geramos impacto para a comunidade por meio do uso do empreendedorismo, empregabilidade, educação, pesquisa e comunicação