Plano prevê libertação de reféns em até 72 horas e marca possível encerramento do conflito; proposta foi mediada por EUA, Egito, Catar e Turquia
POR SANDRA VENÂNCIO – Foto RS/Fotos Publicas
O governo de Israel aprovou nesta quinta-feira (9) um acordo de cessar-fogo com o grupo Hamas, abrindo caminho para o fim de um dos mais longos e devastadores capítulos do conflito na Faixa de Gaza. A trégua deve começar a valer em até 24 horas, e prevê a libertação de todos os reféns ainda em poder do grupo extremista.
O pacto, mediado pelos Estados Unidos com apoio de Egito, Catar e Turquia, prevê que o Hamas liberte os 48 reféns restantes no prazo de até 72 horas. Em contrapartida, Israel se compromete a suspender os bombardeios e a libertar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo condenados à prisão perpétua.
Segundo autoridades israelenses, a expectativa é de que apenas 20 dos reféns ainda estejam vivos. O Hamas teria pedido mais tempo para localizar os corpos das vítimas que morreram sob seu poder.
O acordo foi aprovado após análise do Conselho de Segurança de Israel, apesar da oposição de ministros da extrema direita que integram o governo de Benjamin Netanyahu. Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich votaram contra e ameaçaram romper com o governo caso o Hamas não seja desmantelado.
Em entrevista à emissora americana Fox News, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, confirmou que o país não pretende seguir com a guerra após a formalização do cessar-fogo.
Do lado palestino, o Hamas declarou o fim da guerra contra Israel. O principal negociador do grupo, Khalil Al-Hayy, afirmou que a trégua é permanente e disse ter recebido garantias dos EUA e de países árabes para assegurar o cumprimento do plano.
Apresentado no fim de setembro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o acordo é visto como o primeiro passo concreto para encerrar um conflito que se intensificou desde os ataques terroristas de 2023. Ainda não está claro, no entanto, se a trégua será suficiente para garantir estabilidade duradoura na região.
Populações em Gaza e Tel Aviv foram às ruas para celebrar a possibilidade de paz, enquanto líderes internacionais reforçaram a importância do cumprimento integral do acordo pelas partes envolvidas.